Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Com o tema Estado Laico e Democrático: a Liberdade de Ser é a Nossa Crença, a Associação Grupo Livre LGBT organizou hoje (28) a 2º Parada LGBT de Samambaia, cidade que fica a cerca de 30 quilômetros da capital federal.
No trio elétrico e nos cartazes, mensagens pediam a garantia de direitos a casais homossexuais e a não interferência das religiões em questões relacionadas aos direitos civis da comunidade LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros).
De acordo com a organizadora da marcha, Greycy Campos, Samambaia é uma das cidades com maior número de registros de violência contra homossexuais, segundo levantamento de organizações não governamentais, o que reforça a necessidade de eventos afirmativos como a parada.
“Quando decidimos fundar a associação, nos deparamos com uma cidade completamente homofóbica e com crimes homofóbicos com requintes de crueldade. Nossa expectativa é que esses crimes diminuam e que a gente alcance essa visibilidade, porque o nosso trabalho não é só a parada, temos um abrigo para pessoas que são expulsas de casa. Nossa expectativa maior é que as pessoas nos reconheçam como cidadãos”, apontou.
O tema da parada, pedindo o Estado laico, foi definido diante de pressões de setores conservadores a projetos de lei em favor de direitos homossexuais. Em cima do trio elétrico, representantes de grupos homossexuais também criticaram a decisão recente do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, de revogar o decreto que regulamentava a punição dos autores de práticas discriminatórias em razão de orientação sexual. “Foi um retrocesso. A nossa luta começou de novo”, avaliou Greycy.
O estudante João Vítor de Paiva Costa participou da Parada LGBT de Samambaia pelo segundo ano consecutivo e acha que a manifestação é importante para reduzir preconceitos. “Realizar esse movimento em todos os lugares da cidade e todos os anos é fundamental para os governos e para todo mundo saber que a homossexualidade não é ruim. O principal é o respeito, todo mundo tem que saber que somos iguais”, avaliou.
Em meio aos participantes, um grupo distribuía panfletos de uma igreja evangélica que se diz “aberta ao público LGBT que anseia pela presença de Deus em sua vida” , com base em valores cristãos e na inclusão. “Nós somos uma igreja inclusiva, cremos em Jesus, na salvação e também cremos no chamado, de ir e buscar as pessoas. A gente crê que o indivíduo nasce assim e que Deus tem uma obra para a pessoa, independentemente do que ela seja, gay ou lésbica ou transexual”, disse Ariadne Maciel, uma das integrantes do grupo.
A organização da Parada LGBT de Samambaia esperava reunir cerca de 10 mil pessoas, mas até o começo da noite, o número se aproximava de 250, segundo a Polícia Militar, que acompanha o evento.
Edição: Carolina Pimentel
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