Manifestantes voltam ao entorno do Maracanã

30/06/2013 - 21h56

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Os manifestantes que tinham sido dispersados pela Polícia Militar (PM) voltaram a ocupar a esquina da Rua São Francisco Xavier com a Avenida Maracanã, nesta noite (30), nas imediações do Estádio Jornalista Mário Filho. Um pouco antes, houve confronto e foram usados bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.

Dezenas de pessoas com faixas e cartazes, questionando a licitação do Maracanã pelo governo do estado do Rio e as realizações, no Brasil, da Copa do Mundo de 2014 e da Copa das Confederações, estão sentadas no chão. Em frente, centenas de policiais fazem a contenção. A Força Nacional e a Tropa de Choque permanecem no local.

Entre os manifestantes, que comemoram a volta do grupo depois da confronto, a advogada Érica Castro, de 28 anos, disse que os governos deveriam ter outras prioridades que não sejam as competições de futebol. "Temos que vencer esses políticos e garantir serviços públicos decentes", disse.

Já a socióloga Tania Mara Santos, de 29 anos, disse que não tem medo de novo confronto com a PM.  "Tenho medo, sim, de perder a luta contra a corrupção, recuamos porque não conseguíamos respirar", declarou Tania. Para ela, é preciso protestar para "mudar a realidade".

Com máscara de pano para tentar se proteger dos efeitos dos gases, Pedro Monteiro, artista plástico de 24 anos, avalia que "o momento é crucial" para mostrar a insatisfação com políticas públicas.

"Sou contra a Copa do Mundo, o povo não foi consultado, não pedimos a Copa, nem a Fifa [Federação Internacional de Futebol] e tudo o que está sendo destruído para a realização dos jogos", reclamou. Ele deu como exemplo a desocupação da Aldeia Maracanã, no entorno do estádio.

Os manifestantes também pedem o apoio dos policiais do cordão de isolamento que, para eles, sofrem com baixos salários e estão submetidos a  riscos com frequência. Sem se identificar, PMs reclamaram que estão sem lanche desde o início da tarde e não podem ser substituídos.

O  porta-voz do Batalhão de Operações Especiais (Bope), coronel Ivan Blaz, não foi encontrado para comentar a situação.

Edição: Graça Adjuto

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