Cardozo pede serenidade a índios e fazendeiros envolvidos em disputas por terras

05/06/2013 - 13h58

Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil

Brasília – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fez um novo apelo a índios, fazendeiros e lideranças rurais. Ao desembarcar em Campo Grande (MS), Cardozo falou à imprensa e transmitiu seu recado: a solução dos conflitos causados pela disputa de terras em Mato Grosso do Sul e em outros estados exige serenidade, tranquilidade e disposição ao diálogo de todos e não falta vontade política ao governo federal para resolver a “complexa” questão.

“A radicalização não serve para nada. Ela só complica os processos, conturbando ainda mais e fazendo com que pessoas que querem defender suas razões as percam. O apelo que fazemos é: vamos ao diálogo, à negociação, à conversa, sem exaltação, garantindo a paz e a tranquilidade para que mais pessoas não sejam mortas”, declarou o ministro.

Cardozo viajou a Mato Grosso do Sul horas depois de um índio terena ter sido baleado na região de Sidrolândia, onde fica a Fazenda Buriti, a cerca de 60 quilômetros da capital sul-mato-grossense. Na última quinta-feira (30), um índio da mesma etnia foi morto durante a retirada dos terenas que ocupavam a propriedade.

O ministro confirmou que 110 homens da Força Nacional e mais 100 homens da Polícia Federal (PF) estão sendo enviados para o estado com o objetivo de garantir a ordem pública e evitar novos conflitos. O reforço policial foi solicitado pelo governador André Puccinelli. De acordo com Cardozo, foi a própria presidenta Dilma Rousseff quem determinou que ele fizesse todo o necessário para que a ordem seja mantida.

“Eu vim com a missão muito clara de, não só auxiliar o governo estadual no que for necessário para a manutenção da ordem pública e o cumprimento da lei, como também para dialogar com as lideranças dos lados envolvidos. Precisamos chegar a um acordo. Conflito e violência não geram resultado nenhum”, acrescentou o ministro, classificando a morte do índio terena Osiel Gabriel, na quinta-feira, como um fato “muito triste” que já está sendo investigado pela PF a fim de apurar se houve abusos por parte dos índios ou dos policiais.

Edição: Denise Griesinger

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