Associação diz que transportes públicos vão atender às necessidades do país nos grandes eventos

04/06/2013 - 17h51

Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O sistema de transporte público vai conseguir atender às necessidades dos grandes eventos que o Brasil vai sediar nos próximos anos, segundo avaliou hoje (4) o presidente da Associação Nacional de Transporte de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores, no lançamento do Balanço do Setor Metroferroviário 2012/2013.

Ao apresentar os resultados do balanço, Flores disse que “as cidades-sede estão se preparando e o sistema poderá atender às necessidades da população e dos turistas, conjugados com outros meios de transporte de massa”. Segundo ele, esse exemplo “ficou demonstrado no recente teste do Maracanã [Estádio Jornalista Mário Filho, no Rio] com o jogo Brasil x Inglaterra”.

De acordo com o dirigente, com a estrutura atual, o Brasil “não vai passar vergonha” com o transporte público na Copa das Confederações, que começa este mês. Ele ainda lembrou que o calendário de grandes eventos terá continuidade com a Jornada Mundial da Juventude, em julho; a Copa do Mundo de 2014; e as Olimpíadas de 2016.

A ANPTrilhos, segundo site da entidade, representa 92% de todo o transporte de passageiros sobre trilhos no Brasil,  congregando quatro das maiores operadoras metroferroviárias do pais.

Mesmo com o otimismo, o presidente da ANPTrilhos lamentou que três dos cinco empreendimentos previstos até a Copa de 2014 não serão concluídos a tempo e por isso foram retirados da matriz de responsabilidades do governo: o VLT de Brasília, o monotrilho de São Paulo (Linha 17) e o monotrilho de Manaus.

Os outros dois projetos em desenvolvimento para 2014 são o VLT de Cuiabá e o VLT de Fortaleza, cujas obras, segundo o presidente da associação “têm grande chance de ficar prontas”, embora também enfrentem problemas: o de Cuiabá com o Ministério Público e a Justiça Federal, e o de Fortaleza com desapropriações de áreas essenciais para a passagem da via.

Mas Joubert Flores acredita que, mesmo nas cidades onde os projetos não forem concluídos, não haverá problemas para transportar os torcedores e os turistas com os meios já existentes, como metrôs e trens. Para a Copa das Confederações, que será realizada este mês em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Recife, a expectativa também é otimista, já que o sistema metroviário tem capacidade para transportar até 60 mil passageiros por hora em cada sentido.

De acordo com o balanço da ANPTrilhos, em 2012, o Brasil transportou em trens e metrôs 2,6 bilhões de passageiros, o que representa um crescimento de 8% em relação a 2011. A previsão para 2013 é aumento de 10%, mas Flores considera o desempenho muito abaixo do que pode alcançar um país de 200 milhões de habitantes. Segundo ele, foram transportados diariamente 9 milhões de passageiros, menos de 5% da população brasileira, mesmo considerando-se um crescimento de 3,8% no movimento diário em relação a 2011.

O motivo dessa situação é que “o crescimento da malha ferroviária de passageiros não acompanhou o crescimento da demanda”, explicou Flores, já que nenhum novo sistema de transporte de passageiros sobre trilhos foi implantado no Brasil desde 2010. O aumento da rede alcançou 3,2% em 2012, na comparação com o ano anterior.

Atualmente, o país conta com 15 sistemas urbanos de transporte de passageiros sobre trilhos implantados em 11 estados - menos da metade das unidades federativas - e totalizou, em 2012, 1.028 quilômetros de trilhos, divididos em 38 linhas, 491 estações e 3.919 vagões.

De acordo com a ANPTrilhos, entre 2011 e 2012, não houve investimentos significativos na acessibilidade do cidadão. “Se for considerada a Linha Sul do metrô de Fortaleza, inaugurada em junho de 2012, verifica-se que apenas essa nova linha entrou em operação, e mais quatro estações foram inauguradas em outras linhas existentes”.

Atualmente, de acordo com os dados da entidade, há mais de 20 projetos do setor metroferroviário para serem implantados, entre novos sistemas, ampliação e modernização das linhas existentes e ampliação da frota, em um total de mais de R$ 11 bilhões em investimentos.

Edição: Davi Oliveira

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