Akemi Nitahara*
Repórter da Agência Brasil
Florianópolis – Com apresentação dos grupos Alabê Ôni, do Rio Grande do Sul, e Octeto do Polyphonia Khoros, de Santa Catarina, começou hoje (29) o circuito 2013/2014 do projeto Sonora Brasil, do Serviço Social do Comércio (Sesc). O lançamento do projeto ocorre no Teatro Ademir Rosa, que fica no Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis. Este ano o projeto vai percorrer 128 cidades de todas as regiões brasileiras.
O Sonora Brasil tem o objetivo de formação de público e isso é alcançado pelo fato de o projeto voltar às mesmas cidades todos os anos. “Quando a gente consegue manter a apresentação do Sonora Brasil todos os anos nas mesmas cidades, a gente cria o hábito. É aquilo das pessoas saírem para assistir ao Sonora Brasil, independente de qual grupo esteja se apresentando. Então essa regularidade é fundamental para poder formar esse público”, disse o representante do Departamento Nacional do Sesc, Gilberto Figueiredo, um dos coordenadores do projeto.
Na 16ª edição do projeto, os grupos Raízes do Bolão (AP), Samba de Cacete da Vacaria (PA), Raízes de Tocos (BA) e Alabê Ôni vão desenvolver o tema Tambores e Batuques, começando o circuito pelas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste (veja a programação). E os grupos Quinteto Brasília (DF), Duo Cancionâncias (RJ), Quarteto Belmonte (RJ) e Octeto do Polyphonia Khoros apresentam o tema Edino Krieger e as Bienais de Música Contemporânea se apresentando este ano nas regiões Sul e Sudeste (veja a programação). No ano que vem, os grupos invertem o roteiro para completar o circuito nacional.
De acordo com Figueiredo, os temas são escolhidos em uma reunião nacional com técnicos do Sesc de todos os estados e sempre são ligados ao desenvolvimento da música no Brasil. Este ano, Tambores e Batuques apresenta a tradição oral quilombola, tendo o tambor como elemento musical principal, e Edino Krieger e as Bienais de Música Contemporânea é uma homenagem ao compositor erudito brasileiro Edino Krieger.
“É uma forma da gente trazer para o país a história de um compositor importantíssimo e que é muito conhecido no meio erudito, mas é pouco conhecido do público em geral e contar a história das Bienais de Música Contemporânea também, porque essa nem no meio musical é tão conhecida assim. E os tambores e batuques porque a gente sempre recorre à tradição oral e era uma ansiedade nossa tratar desse aspecto da influência da música africana”, diz Figueiredo.
Edino Krieger diz que o problema da música de concerto no Brasil é a falta de acesso por grande parte da população. E o projeto Sonora Brasil vem suprir essa lacuna. “Esse tipo de repertório fica um pouco restrito às capitais que dispõe de orquestras, que dispõem de salas de concerto e que são, ainda, em um país continental como o Brasil, em número muito inferior ao que seria normal. Então, eu digo que o Sesc hoje, na área da cultura, ele desenvolve uma atividade digna de um ministério e com uma visão muito louvável da valorização da cultura brasileira”.
O flautista Sérgio Barrenechea, do Quinteto Brasília, diz que participar do projeto é uma oportunidade única, pela visibilidade que o projeto proporciona e pelo repertório que é trabalhado. “Para nós é um desafio, porque a maioria das músicas a gente nunca tocou, a gente teve que se preparar. É a proposta do Sesc. A expectativa é das melhores, o projeto já é sucesso total e a gente é uma grande emoção participar disso. A atitude do Sesc de dar a mão para o artista que está meio longe dos centros é uma coisa magnifica, porque a gente tem grupos de grande qualidade que não tem tanto acesso à mídia”.
* A repórter viajou a convite do Sesc
Edição: Fábio Massalli
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