Corpos de brasileiras mortas na Capadócia devem chegar ao Brasil até a próxima semana, diz embaixador

24/05/2013 - 12h35

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Depois de passar os últimos dias na Capadócia, o embaixador do Brasil na Turquia, Antonio Salgado, disse hoje (24) à Agência Brasil que os corpos das três turistas, mortas no último dia 20, devem chegar ao território brasileiro em uma semana. Segundo ele, a demora se deve à liberação de documentos por parte das autoridades turcas. O embaixador ressaltou ainda que os seis feridos que estão hospitalizados devem ficar no país por mais algum tempo, até terem condições de viajar para o Brasil.

“Foram sete brasileiros feridos, dos quais seis permanecem internados. Conversei com os médicos e os brasileiros estão sendo bem assistidos. Mas deverão ficar aqui por algum tempo até terem condições de viajar para o Brasil”, disse Salgado.

O acidente ocorreu há quatro dias, por volta das 6h (horário local) e envolveu dois balões de ar quente na Capadócia. Um deles se chocou com o cesto do outro balão e caiu quando sobrevoava as formações rochosas na região. As causas do acidente estão sendo apuradas. Morreram no acidente as brasileiras Ellem Kohelman, de 76 anos, Maria Luiza Gomes, de 71 anos, e Maria Rosas, de 65 anos. Pelo menos 22 pessoas ficaram feridas no acidente.

A seguir, os principais trechos da entrevista de Antonio Salgado à Agência Brasil:

Agência Brasil – As famílias das três turistas mortas aguardam a chega dos corpos no Brasil. Por que a demora?
Antonio Salgado – A demora se deve porque há vários procedimentos que devem ser cumpridos, daí a espera. Mas acredito que o processo está em vias de se resolver. Talvez leve, no máximo, mais uma semana para ser resolvido. O governo turco deve emitir a certidão de óbito e a Embaixada do Brasil fará uma declaração. Depois disso, as autoridades turcas emitem o termo de recebimento. A embaixada não tem responsabilidade no processo de custeio. [Os corpos das três brasileiras estão em Ancara, capital turca e Kayseri, na Capadócia].

ABr – O senhor ficou dois dias na Capadócia, o que ouviu dos sobreviventes?
Salgado – Ouvi vários depoimentos e as pessoas disseram que o piloto do balão – um português, é muito experiente e, inclusive, se feriu também na queda. Foi um acidente muito feio, o balão caiu de uma altura aproximada de 300 metros. Foram sete brasileiros feridos, dos quais seis permanecem internados. Conversei com os médicos e os brasileiros estão sendo bem assistidos. Mas deverão ficar aqui por algum tempo até terem condições de viajar para o Brasil.

ABr – Alguns turistas que planejavam passear de balão estão com medo. Pelo que o senhor observou, há segurança nesse tipo de turismo?
Salgado – As autoridades turcas levam o turismo muito a sério. No caso do balonismo, são seguidos padrões internacionais de segurança, mas isso não significa que esteja isento de risco. Claro que as pessoas interessadas devem manter os planos de viagem para a Turquia. Os passeios de balão ocorrem desde 1997 e neste período houve dois acidentes. Não há por que desaconselhar um passeio de balão.

ABr – Como estão as investigações sobre o acidente?
Salgado – Não me cabe comentar as investigações. Mas as autoridades da Turquia conduzem um inquérito no âmbito da aviação civil. O inquérito não foi concluído.

ABr – O senhor conhece bem a Capadócia? Pensa em fazer um passeio de balão?
Salgado – A Capadócia é um lugar muito bonito, não só pelas cavernas, mas pelas igrejas e cidades que mantêm características antigas muito bem preservadas. A Capadócia é um destino turístico importantíssimo para o turismo da Turquia e um lugar lindíssimo.

Edição: Denise Griesinger

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