Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A presença de computadores portáteis em escolas públicas urbanas do país cresceu 7 pontos percentuais em um ano. O proporção passou de 67% para 74% entre 2011 e 2012, segundo a pesquisa Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) Educação 2012, divulgada hoje (23), na capital paulista, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
A pesquisa informa também que a média por escola é 21 computadores – incluindo os de mesa, portáteis e tablets. Para cerca de 80% dos professores, o baixo número de computadores disponíveis dificulta o uso dessa tecnologia para fins pedagógicos.
O trabalho reuniu informações de 856 escolas públicas e privadas, selecionadas a partir do Censo Escolar de 2011. Foram entrevistados 1.592 professores de português e matemática, 8.332 alunos dos ensinos fundamental e médio, além de 1.604 coordenadores pedagógicos e diretores.
“O notebook permite que você leve essa infraestrutura de uma sala a outra, que você faça um uso mais eficiente dessa tecnologia no local onde o processo de ensino e aprendizagem ocorre, que é a sala de aula”, avaliou Alexandre Barbosa, gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic). Ele aponta que isso favorece o uso do computador e da internet como elemento de apoio pedagógico e não somente instrumental.
Barbosa destaca que a pesquisa apontou a utilização do computador como suporte pedagógico entre os desafios que precisam ser contemplados por políticas públicas de incentivo às TIC. “As políticas de fomento à informática nas escolas, de certa forma, foram bem-sucedidas, na medida em que elas levaram a infraestrutura, mas ainda falta uma política que incentive o uso, que dê formação ao professor”, declarou. A utilização mais frequente das TIC nas escolas, com 62%, é o ensino sobre o uso da própria máquina.
A pesquisa aponta que menos da metade dos professores de escolas públicas (44%) tiveram disciplinas na faculdade que estivessem voltadas ao uso do computador como ferramenta pedagógica. “Nós ainda temos cursos de pedagogia que sequer mencionam tecnologia. A infraestrutura é importante, mas precisamos avançar na capacitação pedagógica para uso dessas tecnologias”, ponderou.
Apesar de uma queda de 13 pontos percentuais, de 76% para 63%, o laboratório de informática continua sendo o local mais comum para utilização de computador e internet nas escolas. Por outro lado, houve avanço de 13% para 19% na presença dessas tecnologias em sala de aula.
Outro fator limitante para uso das TIC no processo de educação é a velocidade da internet. Embora ela esteja presente em 89% das escolas públicas urbanas, 26% delas têm conexão com velocidade de 1 megabite a 2 megabites, faixa mais comum. Também é alto o percentual de diretores (24%) que não souberam informar o tipo de conexão presente nas escolas. Nas particulares, a faixa de velocidade mais encontrada é igual ou superior a 8 megabites.
Edição: Davi Oliveira
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