Corregedoria da Polícia Civil do Rio decidirá sobre afastamento de policiais que alteraram cena de confronto

12/05/2013 - 16h16

Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha, transferiu para a Corregedoria Interna da Polícia Civil a investigação de alteração do cenário do confronto em operação policial feita no ano passado pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) na Favela do Rola, na zona oeste da capital.

Um vídeo filmado pelos próprios agentes e divulgado ontem (11) pelo jornal Extra mostra policiais alterando a localização de corpos na cena do confronto, que terminou com cinco mortos. Caberá à corregedoria a decisão de afastar ou não os policiais envolvidos na operação durante as investigações.

A investigação estava em curso na 36ª Delegacia de Polícia, em Santa Cruz, bairro onde está localizada a comunidade. A Polícia Civil também instaurou sindicância disciplinar na corregedoria para verificar se houve o cumprimento da Portaria 553/2011, que regulamenta o auto de resistência.

A operação foi feita no dia 16 de agosto de 2012 e buscava o suspeito de tráfico conhecido como DG, motivada por dados reunidos pelo serviço de inteligência da polícia, inclusive por meio de denúncias anônimas. Segundo informações da Polícia Civil, os cinco mortos eram maiores de idade e atiraram contra os agentes. Três tinham passagem pela polícia.

No vídeo, no entanto, policiais dizem que um dos mortos estava desarmado e carregam seu corpo para o local onde estavam cadáveres armados. Os agentes também dizem que vão "socorrer" os suspeitos, apesar de terem reconhecido, pouco antes, na filmagem, que estavam mortos.

A Polícia Civil alega que os policiais socorreram os feridos levando-os para os hospitais próximos e acionaram a perícia de forma devida. Quatro pessoas foram presas e a operação apreendeu quatro fuzis, uma espingarda calibre 12, duas pistolas, quatro carregadores, 67 cartuchos, nove quilos de cocaína, 62,9 gramas de crack, 334 gramas de maconha, 42 frascos de solvente e R$ 981 em espécie.

Edição: Davi Oliveira

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