Jurado passa mal e julgamento do Massacre do Carandiru ainda não foi retomado

17/04/2013 - 12h37

Da Agência Brasil

São Paulo – O julgamento do Massacre do Carandiru ainda não foi retomado, porque um dos jurados passou mal na manhã desta quarta-feira (17). Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo, o jurado apresentou mal-estar pela manhã e o médico que o atendeu recomendou que ele permanecesse em repouso.

O juiz aguarda uma nova avaliação médica para definir sobre o andamento do julgamento. Se o jurado melhorar e os trabalhos forem reiniciados, devem ser ouvidos ainda hoje quatro dos 26 policiais militares réus no caso. O julgamento teve início no dia 8 deste mês, mas foi suspenso no primeiro dia, pelo mesmo motivo: uma jurada passou mal. Os trabalhos foram adiados por uma semana e o julgamento foi retomado na última segunda-feira (15).

No final da tarde de ontem, após os depoimentos de seis testemunhas de defesa, o juiz José Augusto Nardy Marzagão prosseguiu o julgamento dando início à leitura de peças sobre o caso. Além da leitura de um laudo do Instituto de Criminalística, foram lidos antigos depoimentos sobre o caso, de pessoas que já morreram, além de laudos periciais.

As testemunhas de defesa, ouvidas ontem, foram arroladas pela advogada Ieda Ribeiro de Souza, que defende os 26 policiais acusados pelas mortes de 15 detentos que ocupavam o segundo pavimento do Pavilhão 9, na antiga Casa de Detenção do Carandiru. Foram ouvidos os desembargadores Ivo de Almeida, Fernando Antônio Torres Garcia e Luis Antônio San Juan França. Também prestaram depoimentos o então governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho; Pedro Franco de Campos, secretário de Segurança Pública à época do episódio; e a juíza Sueli Veraik Armani de Menezes.

Na segunda-feira (15), cinco testemunhas de acusação foram ouvidas, entre elas, o perito criminal à época do fato, Osvaldo Negrini Neto, que negou o confronto entre os policiais e os detentos. Ele explicou que os tiros foram disparados “de fora para dentro das celas”. Negrini também falou que a cena do massacre foi violada, pois os corpos dos presos foram removidos das celas e não foram encontradas as cápsulas de balas.

Por causa do grande número de réus – 79 policiais, o julgamento do Massacre do Carandiru foi dividido em etapas. Nesta primeira fase estão sendo julgados 26 policiais, responsabilizados por 15 mortes ocorridas no segundo pavimento do Pavilhão 9.


Edição: Denise Griesinger

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