ANP: leilões no pré-sal devem ocorrer em intervalos mínimo de dois anos

15/04/2013 - 18h51

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Na avaliação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os leilões para a concessão de blocos exploratórios de petróleo e gás natural na área do pré-sal só devem ocorrer em um intervalo mínimo de dois anos. É o que disse hoje (15) a diretora-geral da agência Magda Chambriard.

Magda disse, porém, que essa é uma decisão que caberá ao governo tomar. “Trata-se de política de governo e, como política de governo, caberá a ele definir a periodicidade das licitações na região. A percepção da agência é que, tratando-se de ações tão grandiosas, não deveriam ocorrer todo ano e isso leva a gente a pensar em pelo menos dois anos de intervalo”.

Na avaliação de Magda, quando se fala do pré-sal os volumes são grandiosos e as descobertas significativas. “Se você pegar o Campo de Libra, por exemplo, nós estamos falando de algo em torno de 18 bilhões de barris in situ [volume de óleo ou gás em uma determinada região, cuja extração depende de fatores de recuperação e que não pode ser entendido como reserva], e isso significa algo em torno de 4 a 5 bilhões de óleo recuperável, equivalente a um terço das reservas provadas do país [hoje de cerca de 15 bilhões de barris de petróleo equivalente, petróleo e gás]”.

Magda considera que há toda uma grandiosidade de números e fatores envolvidos nas licitações do pré-sal que não podem ser assimilados de uma hora para outra. “Sem falar das necessidades de investimentos para explorar simultaneamente um volume tão grande de petróleo e gás e um número tão grande de áreas”.

Sobre a 1ª Rodada de Licitação do Pré-Sal, prevista para novembro deste ano já sob o regime de partilha da produção, Magda negou que irá a leilão um volume equivalente a 40 bilhões de barris de petróleo in situ (o equivalente a 10 bilhões de óleos recuperável). “Na verdade o que eu falei para vocês em entrevistas anteriores foi que nós selecionamos algumas oportunidades para apreciação do governo, mas isto não significa que todas terão que ser licitadas”.

A diretora-geral da ANP lembrou que o polígono do pré-sal é uma coisa grandiosa e significa uma série de oportunidades. “O que nós fizemos foi selecionar algumas oportunidades para submeter ao CNPE [Conselho Nacional de Política Energética] para começar a discussão. Ou seja, a ANP como formuladora de insumos para a politica de governo para o setor estudou algumas áreas para avaliação, agora quem vai decidir o que vai entrar no leilão é o CNPE”.

As declarações da diretora Magda Chambriard foram feitas no Copacabana Palace, na zona sul do Rio de Janeiro, em evento organizado pelo Lide-Rio – Grupo de Líderes Empresários, com o objetivo de discutir a 11ª Rodada de Licitação e o pré-sal.

Edição: Fábio Massalli

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