Sistema bancário brasileiro pode suportar efeitos de choques adversos, diz relatório

03/04/2013 - 15h26

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil


Brasília – O sistema bancário brasileiro tem capacidade para suportar eventuais efeitos de choques adversos, mesmo em cenário de extrema deterioração das condições econômicas no país. A conclusão faz parte do Relatório de Estabilidade Financeira, referente ao segundo semestre de 2012, divulgado hoje (3) pelo Banco Central (BC).

Os “testes de estresse”, feitos pelo BC para avaliar a capacidade de resistência dos bancos em caso de crise, indicam que o capital regulamentar dos bancos permaneceria “confortável” em todos os cenários analisados, inclusive em caso de choque abrupto ou extrema deterioração da economia durante um ano.

De acordo com o diretor de Fiscalização, Anthero Meirelles, as provisões (recursos reservados para cobrir prejuízos) do sistema financeiro estão em patamares “bastante confortáveis”, acima da inadimplência. Para cada R$ 1 de inadimplência, os bancos têm R$ 1,6 de provisão.

Meirelles disse ainda que não há possibilidade de contaminação do sistema financeiro nacional por crises em bancos no exterior. “Pode ter impacto por outros canais, como comércio”, disse.

De acordo com o diretor, os bancos brasileiros têm baixa dependência de fontes de recursos externos. Além disso, os bancos estrangeiros que se instalam no Brasil não podem captar recursos no país para transferir para o exterior. “Temos regras prudenciais bastante estritas que protegem mesmo os bancos estrangeiros. Nosso sistema financeiro não só não é canal de transmissão de problemas, mas é também elemento de proteção. Os bancos, para se instalarem no Brasil, tem que se instalar como subsidiária integral”, disse.

 

 

Edição: Lílian Beraldo

 

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