França quer que ONU envie tropas de paz e observadores para o Mali em abril

07/02/2013 - 8h25

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo da França pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para preparar o envio de forças de manutenção da paz ao Mali (na África) em abril. As autoridades francesas apelaram pelo envio de tropas e por mais rapidez para a chegada de observadores dos direitos humanos no país. A informação foi dada pelo representante da França na Organização das Nações Unidas (ONU), o embaixador Gérard Araud.

Em Paris, o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse que o objetivo do governo francês é que a ONU assuma o controle das operações de manutenção de paz no Mali. Ontem (6) as autoridades francesas informaram que pretendem retirar as tropas do país africano em março.

Após a reunião do Conselho de Segurança, o representante francês disse que são “várias semanas” antes de poder avaliar se os militares franceses enviados ao Mali estão em condições de transmitir a missão a uma força de manutenção da paz.

De acordo com o embaixador francês, o governo do seu país “insiste na necessidade de deslocar observadores de direitos humanos” para o Mali. O eventual envio de forças de paz chamadas de capacetes azuis implica uma decisão efetiva do Conselho de Segurança da ONU.

O Mali faz fronteira com oito países e está entre os mais pobres da África. Dos cerca de 12 milhões de habitantes, mais da metade vivem abaixo da linha da pobreza. Incertezas políticas e o histórico de golpes de Estado marcam o Mali. Nos últimos anos, a instabilidade aumentou com a ação de grupos extremistas islâmicos que tentam combater o governo do país. No próximo dia 29, a União Africana (que reúne 52 nações) debate a crise no Mali.

Os grupos extremistas islâmicos, que representam três comandos distintos, ocupam o Norte do Mali, enquanto o governo tem o controle do Sul do país. A população se queixa da insegurança e das pressões por parte dos extremistas que adotam a sharia, que é a aplicação dos preceitos islâmicos no cotidiano.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa // Edição: Juliana Andrade