Bancos prometem a Mantega ampliar concessão de crédito em até 17% neste ano

05/02/2013 - 21h07

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os maiores bancos brasileiros pretendem expandir a concessão de crédito entre 15% e 17% neste ano, disse hoje (5) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, a estimativa de crescimento foi repassada por representantes dos nove principais bancos do país, que se reuniram no fim da manhã de hoje com o ministro em São Paulo.

De acordo com Mantega, a concessão de crédito pelos bancos privados aumentou entre 7% e 8% em 2012, ritmo considerado bastante abaixo do ideal pelo ministro. “Eles deveriam ter emprestado pelo menos de 12% a 14% a mais no ano passado”, disse. Em contrapartida, o estoque de crédito dos bancos públicos cresceu 27,2% em 2012.

Na avaliação do ministro, o travamento do crédito foi um dos fatores que contribuiu para o baixo crescimento da economia brasileira no ano passado. “O crédito avançou em 2012, mas foi insuficiente para estimular o crescimento da economia. No fim do ano, houve uma melhora na concessão e a inadimplência diminuiu, mas ficou aquém do ideal”, disse.

Para Mantega, a retomada do crescimento do crédito é essencial para estimular a economia em 2013. Segundo ele, o receio de as instituições financeiras liberarem empréstimos e financiamentos atualmente representa o maior entrave para o crédito no país, superando inclusive o spread bancário – diferença entre os juros que os bancos cobram dos clientes e as taxas que gastam para captar recursos. “O spread está caindo e tem de continuar caindo, mas, hoje, não é o principal obstáculo. O que está faltando é volume de crédito”, disse.

O crescimento na concessão de empréstimos, disse o ministro, contribuirá até para a queda na proporção de mutuários com empréstimos em atraso. “Se o volume [de crédito] aumenta, melhora a economia e cai a inadimplência. Chega uma hora em que é necessário mais crédito para a inadimplência cair. Um cidadão que toma empréstimo e não conseguiu pagar a conta, precisa tomar novo crédito para rolar a dívida”, explicou.

Edição: Fábio Massalli

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