Calamidade na saúde de Petrópolis reflete situação na maioria dos municípios fluminenses, diz Sindicato dos Médicos

02/01/2013 - 20h37


Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A decisão do prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, de decretar estado de calamidade pública na rede municipal de saúde do município, foi recebida com perplexidade pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze. Segundo ele, a medida reflete, de maneira geral, a crise pela qual passa a saúde da maioria dos municípios fluminenses.

“O que leva a uma situação de perplexidade entre nós da sociedade, e do sindicato dos médicos em particular, é esse discurso uniforme dos novos prefeitos de reconhecer a crise do setor de saúde em suas cidades. Se por um lado isso é positivo: um novo governo já assumindo reconhecendo uma situação de calamidade, por outro é preciso que esses discursos tenham como contrapartida ações governamentais que venham a transformar, de fato, a situação da rede de saúde, dando-lhe condições de atender bem a população”, disse.

A decisão do prefeito de Petrópolis foi adotada após vistoria feita no Hospital Alcides Carneiro – o principal da cidade. Foram constatados problemas na unidade e no sistema de saúde do município.

Mesmo reconhecendo a validade da decisão, que permite a compra de medicamentos e contração de serviços e pessoal sem os trâmites burocráticos de praxe e a realização de licitações, Darze manifestou preocupação com os rumos que a decisão do prefeito pode tomar. “Ao mesmo tempo em que o governante usa o decreto para agilizar a tomada de decisões, ele também pode usá-lo de maneira indevida, como fator gerador de improbidade administrativa, se os órgãos fiscalizadores não exercerem efetivamente o seu papel e, desta forma, evitar que desvios de conduta possam ocorrer”.

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Médicos, é preciso que os prefeitos que estão assumindo o Executivo de suas cidades, ao reconhecerem a existência do problemas, busquem soluções que efetivamente beneficiem a população. “O problema é que, na maioria das vezes, essas posições são muito mais marketing político do que propriamente uma decisão concreta de assumir o compromisso de solucionar o problema e encontrar uma saída responsável para o caos existente da rede pública de saúde”, declarou.

 

Edição: Aécio Amado