Instituto João Goulart quer construir último projeto de Oscar Niemeyer para Brasília até 2014

15/12/2012 - 11h23

Gabriel Palma
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Instituto João Goulart quer construir, até 2014, a última obra de Oscar Niemeyer para Brasília – o Memorial a Jango. A empreitada, orçada em R$ 15 milhões, tem patrocínio da Petrobras e Eletrobras e apoio da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, além da cooperação da Secretaria de Cultura do Distrito Federal (DF). O memorial deve ser construído no Eixo Monumental, entre a Catedral Militar Rainha da Paz e o Memorial Juscelino Kubitschek.

Segundo a Secretaria de Cultura, o texto para a audiência do instituto com o governador do DF, Agnelo Queiroz, já foi concluído. Deve ser assinado um termo de cooperação com o governo distrital para formalizar a cessão de uso do terreno ao instituto.

Niemeyer, que morreu no último dia 5, havia se manifestado sobre a importância da obra, ressaltando que procurou ser explícito sobre o afastamento do ex-presidente – último eleito antes dos governos militares.

“Quem conhece a história de João Goulart, sabe como ele foi violentamente afastado do cargo com o golpe militar de 1964, que durante 20 anos pesou sobre o nosso país. E isso eu procurei marcar na minha arquitetura, da forma mais clara, com uma grande flecha vermelha a atingir a cúpula projetada", disse na ocasião. No projeto, a seta tem a inscrição do ano de 1964, em alusão ao ano do golpe.

O Instituto João Goulart, com sede no Rio de Janeiro, reúne o acervo referente ao ex-presidente. “Criamos o instituto e o memorial para contar às novas gerações a história da queda da democracia brasileira e do estadista João Goulart, contando porque, quando e como os americanos o depuseram”, disse João Vicente Goulart, filho de Jango e presidente do instituto.

João Vicente busca concluir as obras da edificação com 1.760 metros quadrados até 2014 para que os brasileiros “não só vejam a Copa do Mundo, mas reflitam sobre o que ocorreu no país há 50 anos: o golpe de Estado que encerrou o governo de Jango e iniciou a ditadura militar”. Segundo o presidente, o memorial será interativo, com um banco de dados de imagens e depoimentos.

Veja aqui imagens das principais obras do arquiteto.

Edição: Talita Cavalcante