Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O fechamento dos portões no segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), foi tranquilo, com apenas o caso de uma estudante que chegou após as 13h. Situação diferente fez o vigia noturno André Pereira dos Santos, de 33 anos, perder o segundo dia de provas. Ele apresentou ao fiscal uma cópia autenticada da carteira de identidade e foi retirado do local porque o documento não era original.
O aplicador da prova disse que no edital do concurso consta que não pode ser apresentado documento autenticado. Ontem (3), no entanto, André havia conseguido fazer a primeira rodada de provas sem problema. Hoje, quando são feitas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e redação, ele foi barrado, mesmo chegando no horário. Esta é a segunda vez que ele presta prova para o Enem para tentar uma vaga para ciência da computação.
André disse que o aplicador de ontem não prestou atenção ao documento e permitiu que ele fizesse a primeira prova normalmente. Por isso, disse que está se "sentindo lesado" com o episódio. O vigia foi até a delegacia do bairro para fazer o registro e tentar fazer com que o caso seja analisado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame.
Para o professor de matemática e física Leonardo Santos, 31 anos, do curso preparatório Predileção, em Madureira, zona norte da cidade, que estava na Uerj acompanhando os alunos, disse que, em geral, os estudantes têm mais dificuldade no segundo dia, "principalmente porque o número das questões de matemática constitui a metade da prova, 45 questões".
Santos disse também a prova de matemática é mais difícil para os alunos pelas características da disciplina. No entanto, como estudam menos para a prova de português, por considerarem mais fácil, "acabam equilibrando as coisas”. Para o professor, “o candidato tem que estudar as duas disciplinas, senão acaba reprovado em uma ou em outra, se menosprezar uma delas", explicou.
Já o estudante Antonio Victor, de 17 anos, não tem medo de matemática, que para ele é bem mais fácil. Segundo o estudante, a maior dificuldade está na prova de português, porque tem muito texto e o estudante tem que ler e reler a questão com atenção. Já a redação tem, no máximo, 30 linhas, e "você usa a sua imaginação e criatividade para formular o texto".
O professor de matemática Márcio Barbosa, de 52 anos, que estava dando aula da disciplina, em um quadro, em frente ao portão principal da Uerj, disse que a prova da disciplina que ensina é a mais trabalhosa, porque o candidato tem que ler o enunciado e, depois, analisar em que parte vai inserir uma equação. Ele disse que os alunos têm dificuldade na escola de aprender a ter rapidez em cálculo.
A estudante Ana Beatriz Soares, 18 anos, acha mais fácil as provas de português e redação, na qual ela vai se concentrar mais. A estudante diz que tem facilidade em escrever e, como o peso da prova de redação é alto, “pode dar mais chances de passar na prova".
O trânsito no Rio hoje está bom, sem pontos de retenção e com temperatura em média, de 26 graus Celsius (Cº). Os alunos levaram água e comida leve para a sala de aula, para suportar a maratona de cinco horas e meia de prova.
Edição: Davi Oliveira