Presidenta do TSE diz que ocorrências e prisões estão dentro da normalidade

28/10/2012 - 22h45

Débora Zampier e Luana Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Regularidade e normalidade foram os conceitos mais usados pela presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, para descrever o dia de votação em 50 cidades brasileiras que participaram do segundo turno das eleições municipais. Em entrevista coletiva na sede do TSE, a ministra garantiu que tudo transcorreu normalmente, embora pelo menos 474 ocorrências tenham sido registradas, 118 envolvendo prisão.

“Não tenho nada a narrar que não fosse normal de uma conversa de domingo. Um dia de importância por ser a escolha dos representantes, mas os temores que tínhamos antigamente, de ter uma intercorrência, nada aconteceu que não fosse uma situação de tranquilidade”, disse a ministra.

Cármen Lúcia garantiu que falou várias vezes com os presidentes de tribunais regionais dos 20 estados onde houve segundo turno.  “Eles diziam que a cidade nem parecia que estava tendo uma festa, que causa mais movimento do que esta acontecendo hoje”.

Perguntada sobre as formas de combate à boca de urna, delito mais cometido no segundo turno (223 casos), Cármen Lúcia ponderou que já houve redução considerável de ocorrências, mas ainda há muito a melhorar. “Esse tipo de incidente, a cada eleição, os juízes aprendem como se comportar. O cidadão, ele mesmo cobra posturas mais corretas, com mais lisura, com mais rigor dos próprios candidatos. Eu acho que é um aprimoramento da própria sociedade”.

A ministra ainda descartou que casos individuais, como o processo do mensalão, sejam suficientes para orientar a visão da sociedade sobre o Judiciário e a legitimidade de seus representantes. Cármen Lúcia fez as considerações após ser confrontada com o fato de que seu colega no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, foi hostilizado por eleitores ao votar neste domingo devido à sua atuação na Ação Penal 470.

“Eu lamento qualquer tipo de atitude do cidadão, quer em relação ao servidor publico, quer em relação à pessoa que exerça atividades particulares, emita opinião e sofra qualquer tipo de restrição que seja mais violenta”, disse a ministra. Segundo Cármen Lúcia, a visão do cidadão sobre a Justiça tem que ser compreendida em um período mais longo do que apenas um processo ou curto espaço de tempo. “É mais denso e vertical que isso”.

Edição: Fábio Massalli