Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Arquitetos e urbanistas de diversos países debatem hoje (24) e amanhã (25) o futuro da arquitetura da cidade de São Paulo durante o Arq.Futuro SP. O evento, que reúne nomes de destaque internacional na área para compartilhar suas experiências e opiniões e analisar os papéis da arquitetura contemporânea em suas abordagens artística, social e ambiental, também terá edições em Minas Gerais (6 e 7 de novembro), no Rio de Janeiro (3 e 4 de abril de 2013) e na Bahia (em 2013, em data a ser definida).
“Parece que a sociedade brasileira, como um todo, mudou muito nas últimas duas décadas. E, no momento, existe uma ansiedade para fazer com que esta transformação seja física nas cidades. Querem agora mudar a sociedade fisicamente. Este é um momento importante” disse Carlo Ratti, arquiteto, engenheiro civil e professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.
Segundo o arquiteto, São Paulo deve voltar suas atenções para aproveitar os novos espaços que surgem com a saída das industrias da cidade. “Todas as grandes transformações arquitetônicas estão intimamente ligadas à indústria. O que não é diferente em São Paulo, onde os espaços deixados pela antigas fábricas pode representar uma oportunidade”, disse. “As indústrias fecham, mudam, e grandes áreas da cidade apareceram assim. Talvez seja a oportunidade de dar um salto de qualidade”.
Para Karen Stein, escritora, editora-chefe da Phaidon Press (editora especializada em livros de artes visuais) e consultora de arquitetura, o maior problema de São Paulo hoje é o número de carros nas ruas. Segundo ela, uma solução imediata para o problema seria aumentar a segurança das ruas, o que encorajaria mais pessoas a transitarem a pé, fenômeno que ocorreu há cerca de 20 anos em Nova York.
"Aumentar o número de pedestres em Nova York era questão de conveniência e segurança. À medida que a segurança melhorou, voltou a ter mais vida na rua”, disse. “Em São Paulo, é muito difícil passar de carro de um bairro para o outro [em percursos curtos, que poderiam ser feitos a pé]. É tudo questão de como as pessoas se sentem confiantes para andar a pé na rua”.
Edição: Fábio Massalli