Avenida Paulista é palco das atividades do Dia Mundial sem Carro em São Paulo

22/09/2012 - 15h38

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – As atividades do Dia Mundial sem Carro hoje (22), na cidade de São Paulo, tiveram como palco o canteiro central da Avenida Paulista, uma das vias mais importantes da capital. O ponto exato foi a Praça do Ciclista, conhecido local de encontro dos ativistas que pregam o uso da bicicleta como meio de transporte. Houve café da manhã, jogos de tabuleiro e bandas de rock e blues para marcar a data internacional que foi criada em 1997, na França.

O evento ocorre um dia após a cidade ter passado pelo segundo pior congestionamento do ano, com 254 quilômetros de tráfego lento às 19h de ontem (21). O maior índice de lentidão medido pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de 2012 foi no dia 1º de junho, quando 295 quilômetros de vias ficaram engarrafados.

O pesquisador em consumo sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), João Paulo Amaral, chama atenção para a constância dos grandes engarrafamentos na cidade. “Semanalmente nós estamos tendo esse problema”, disse. “Estão criando novas vias e viadutos para os carros, mas não funciona, o congestionamento só aumenta. Precisamos refletir sobre esse modelo que não está funcionando”, completou.

O problema é sem dúvida percebido pela população. Pesquisa da Rede Nossa São Paulo, divulgada no início da semana, apontou que 80% dos paulistanos acham o trânsito da cidade ruim ou péssimo. Segundo o estudo, os moradores da capital gastam em média duas horas e meia em seus deslocamentos diários.

Como opção para solucionar esses problemas, os participantes do Dia Mundial sem Carro defendem incentivo ao uso da bicicleta e do transporte público. “A gente não odeia o carro, a gente só quer uma cidade melhor, de maneira diferente”, ressaltou Heloísa Mota, fantasiada de carro de papelão.

De acordo com a pesquisa da Nossa São Paulo, 65% dos mais de 2 milhões de paulistanos que usam o carro diariamente disseram que deixariam de usar o veículo caso tivessem opção de transporte adequado.

Alguns, entretanto, abandonaram o carro mesmo sem a oferta da infraestrutura necessária. “Eu uso bastante a bicicleta, mas o governo da minha cidade não colabora”, declarou o biólogo Guilherme Carvalho, repetindo o bordão dos ativistas. “Então, eu continuo enfrentando o trânsito, os carros, as fechadas, os ônibus de São Paulo para me locomover de bicicleta, que eu tenho verificado que é o modo mais rápido, econômico e saudável”, ressaltou.

 

Edição: Aécio Amado