Produção pernambucana abre mostra de longas-metragens no Festival de Cinema de Brasília

19/09/2012 - 7h11

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A primeira noite de mostras competitivas reforçou o predomínio, já anunciado, da presença das produções pernambucanas na 45ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Com Eles Voltam, o diretor Marcelo Lordello encerrou a noite dessa terça-feira (18), estreando a principal competição do evento, a de longas-metragens de ficção.

A trama prendeu o público em torno da história de uma menina de 12 anos, vivida pela atriz Maria Luiza Tavares, e seu irmão mais velho, que vivem experiências e aventuras no retorno para casa, depois de serem deixados na estrada por seus pais, durante uma viagem em família.

“É um filme sobre gente, sobre momentos e sobre pequenos encontros que todas as pessoas passam. Sugiro que prestem mais atenção a esses momentos”, disse Lordello, descrevendo a mensagem que esperava transmitir com o longa.

Eles Voltam foi a primeira experiência com um longa-metragem de ficção e a terceira vez que o diretor pernambucano disputa um prêmio do Festival de Brasília. Em edições anteriores, Lordello apresentou o curta-metragem Nº 27 e o longa-metragem documental Vigias. “Estou muito feliz por estar de novo no Festival de Brasília, em que acredito e respeito muito”, disse.

A ficção filmada em 35 milímetros, que dominou a Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional por 100 minutos, começou como um projeto de curta-metragem que foi suspenso por algum tempo, enquanto o pernambucano produzia outros títulos.

“Quando voltei para retomar o filme, já tinha mudado muito e me transformado. Tive outras experiências com filmes, fui pai, me casei, ampliei minha vida de forma que olhei para aquele roteiro de três anos atrás e vi que não dava [para seguir o projeto inicial]. Percebi que a história precisava ser ampliada”, disse Lordello que concorre ao prêmio de R$ 250 mil pela categoria do filme.  

A exibição de Eles Voltam foi precedida da apresentação de produções que estrearam outras disputas, como Canção para Minha Irmã, uma ficção digital de 18 minutos, dirigida pelo também pernambucano Pedro Severien, e pelo curta-metragem de animação Linear, do diretor paulista Amir Admoni.

A primeira noite de mostras foi aberta com o documentário Câmara Escura, de 25 minutos, dirigido por Marcelo Pedroso, e pelo longa-metragem documentário Um Filme para Dirceu, de Ana Johann. A diretora paranaense conseguiu emocionar o público, que ainda não estava completo no início da noite e, nos 80 minutos da trama, arrancou gargalhadas e aplausos.

Com uma história envolvente, bem humorada e sensível, Ana Johann e o personagem documentado, o ex-metalúrgico e gaiteiro Dirceu, construíram um documentário interativo em que a equipe de filmagem e o protagonista dividiam as cenas realistas de uma convivência que durou mais de três anos até a conclusão da obra. O movimento proporcionado pela trama, que também contemplou cenas idealizadas por Dirceu, quando imaginou retratar sua história para o cinema, conseguiu prender a atenção da plateia durante toda a exibição.

Edição: Graça Adjuto//O título foi alterado às 21h19