Prejuízo no segundo trimestre não afeta investimentos da Petrobras, diz Graça Foster

19/09/2012 - 13h23

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A previsão de investimentos da Petrobras para este ano é R$ 87,5 bilhões, apesar do prejuízo de R$1,3 bilhão no segundo trimestre. De acordo com a presidenta da estatal, Maria das Graças Foster, o prejuízo teve, como principal justificativa, a depreciação do real, já que 73% das dívidas da estatal são em dólar. Ela, no entanto, garantiu que 2012 será um ano de lucros para a empresa.  

“Perspectivas positivas embasam os investimentos crescentes da Petrobras. Investimos mais de R$ 70 bilhões por ano, desde 2009, e a previsão para 2012 é R$ 87,5 bilhões”, disse Foster, durante audiência pública hoje (19) na Câmara dos Deputados. A estatal registrou R$ 70,8 bilhões em investimentos em 2009, R$ 76,4 bilhões em 2010 e R$ 72,6 bilhões, em 2011.

Em relação aos ganhos da Petrobras, Foster disse que o lucro líquido no primeiro trimestre de 2012 foi R$ 9,2 bilhões, mas, no trimestre seguinte, a empresa registrou prejuízo de R$ 1,3 bilhão. “Esse prejuízo se deve principalmente à depreciação do real, já que 73% da nossa dívida são em dólar. Toda nossa atividade e receitas estão atreladas ao câmbio. Quando há um investimento muito grande, como foi nesse período, fazemos captações em dólar no mercado. Com a depreciação do real, nossa dívida cresceu”, disse.

A presidenta da estatal citou outros motivos para o prejuízo: “A queda na exportação de petróleo resultou na diminuição da produção. Além disso, com a parada do campo da Chevron [após serem identificadas rachaduras no fundo do mar decorrentes da extração de petróleo pela empresa]. Perdemos, só com isso, 15 mil barris por dia. Houve também a baixa de 41 poços secos e/ou que não eram comerciais, queda na margem de derivados, em função do crescimento da demanda, o que acabou sendo atendido por importações”, informou.

Graça Foster acrescentou que o plano de negócios e gestão da petrolífera soma US$ 236,5 bilhões para o período entre 2012 e 2016. A viabilidade financeira já foi aprovada pela empresa e, para obtê-la, "não haverá emissão de novas ações". “Nossa prioridade é a produção, porque é dela que vem a receita para investirmos nas refinarias e as condições para fazer os investimentos na área de abastecimento e na de gás e energia,” explicou.

Edição: Carolina Pimentel