Pequenas e médias empresas da cadeia produtiva de petróleo e gás cobram menos burocracia na liberação de financiamentos

17/09/2012 - 21h05

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – As pequenas e médias empresas da área de exploração de petróleo e gás querem menos burocracia na liberação de financiamentos para o setor. Ao participar hoje (17) da abertura da feira Rio Oil & Gas, no Riocentro, o presidente da Rede Petro do Rio de Janeiro, Pedro Pino Véliz, disse à Agência Brasil que o grau de eficiência dos financiadores do setor, entre os quais a Caixa, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), escapa da maioria dos pequenos e médios fornecedores.

Segundo ele, para que o crédito disponibilizado chegue de forma eficaz às companhias é preciso que haja uma flexibilização das exigências para a captação de recursos. “Essa é uma grande dificuldade das empresas”. De acordo com Véliz, essa flexibilização pode ser feita por meio da simplificação do processo, que qualificou de “extremamente burocrático e demorado”. Outro fator essencial para o incremento da cadeia brasileira de fornecedores de petróleo e gás, na avaliação dele, é a criação de canais de compras diretos com a Petrobras, sem necessidade de subcontratação de intermediários pela estatal.

Frutos de convênio entre a Petrobras e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as redes estaduais de cooperação empresarial (Rede Petro) visam a ampliar a competitividade das empresas fornecedoras de bens e serviços da cadeia produtiva de petróleo e gás natural.

Apesar das dificuldades das pequenas e médias empresas de acesso ao crédito, apontadas pelo presidente da Rede Petro, a Superintendência de Petróleo, Gás e Indústria Naval da Caixa Econômica Federal espera superar, até o fim deste ano, os R$ 11 bilhões concedidos, em 2011, em financiamento às empresas do setor. A estimativa é da superintendente da Caixa, Eugenia Melo, em entrevista à Agência Brasil. “A expectativa é dobrar esse valor. A gente quer chegar próximo a R$ 20 bilhões de financiamento para o setor de petróleo, gás e indústria naval, incluindo toda a cadeia produtiva”, disse.

Para isto, segundo ela, cinquenta gerentes foram disponibilizados a fim de atender às empresas durante o evento, que se estenderá até o próximo dia 20. “Desde a abertura, às 11 horas, não conseguimos parar um minuto”, declarou.

A Caixa lidera os financiadores do Programa Progredir, da Petrobras, criado com o objetivo de facilitar a oferta de crédito para a cadeia de fornecedores da estatal. “Nós estamos com 35% de tudo que foi feito, via portal Progredir, para fornecedores da Petrobras. Já está chegando aí a R$ 1,2 bilhão só para fornecedores”.

Para a indústria naval, via Fundo de Marinha Mercante (FMM), a Caixa já assinou contratos este ano no valor de R$ 1,7 bilhão. “Estamos com uma carteira robusta em formação”. A meta é liberar mais R$ 9 bilhões até o fim de novembro para o segmento, para a construção de estaleiros e plataformas, declarou Eugenia Melo. “As perspectivas são boas. O setor está realmente promissor”, completou.

Ela tem certeza que a exploração de petróleo e gás da camada pré sal ampliará os financiamentos. “Acredito que é um setor em que os investimentos vão acontecer e vão gerar outros investimentos na cadeia produtiva. Ou seja, vão potencializar os números que estamos falando agora”.

 

Edição: Aécio Amado