Queda do PIB no segundo trimestre teve forte influência do desempenho da indústria de transformação e extrativa

31/08/2012 - 16h36

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), no segundo trimestre, de 0,4% em relação ao primeiro trimestre, foi fortemente influenciado pelo desempenho da atividade das indústrias de transformação e extrativa mineral.

Segundo dados divulgados hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria registrou taxas negativas em três de suas quatro atividades. A retração da indústria da transformação chegou a 2,5%; seguida pela extrativa mineral, com queda de 2,3%. A indústria da condução civil também fechou o segundo semestre com taxa negativa: menos 0,7%. A exceção foi eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com crescimento de 1,6%.

“O principal lado negativo do PIB ficou com a indústria. A extrativa teve queda na extração de petróleo e, na indústria de transformação, vários setores foram afetados, como o de caminhões, que registrou queda bastante expressiva”, disse a gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Sobre as medidas de redução de tributos adotadas pelo governo federal para impulsionar a economia, Rebeca disse que a decisão beneficiou, em um primeiro momento, apenas alguns setores, como o dos produtos da chamada linha branca.

Mas alguns outros setores, que já tinham formação de estoque, como o automotivo, nem tanto, “porque as montadoras aproveitaram para vender mais, mas não necessariamente essas medidas tiveram efeito imediato sobre a produção”, ressaltou.

Quando a comparação se dá com o segundo trimestre de 2011, a indústria, após manter-se praticamente estável no primeiro trimestre do ano, voltou a registrar taxa negativa (menos 2,4%). Neste caso, destaca-se a queda de 5,3% da indústria de transformação, cujo resultado foi influenciado, principalmente, pela redução da produção de materiais eletrônicos e equipamentos de comunicações; veículos automotores; artigos do vestuário e calçados; produtos farmacêuticos; e máquinas e materiais elétricos.

Também a indústria extrativa mineral registrou redução, em volume, do valor agregado, mas menos expressivo: menos 1,8%. Na mesma base de comparação, a indústria da construção civil subiu 1,5%; eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana chegou a subir 4,3%.

Edição: Lana Cristina