Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O líder religioso do Irã, ayatolá Ali Khamenei, disse hoje (30) que o Oriente Médio deve ficar livre das ameaças de armas nucleares. O Irã é alvo de sanções por parte da comunidade internacional que desconfia que o programa nuclear desenvolvido no país esconda a produção de armas nucleares. A reação do líder é uma resposta às suspeitas.
Khamenei se reuniu hoje com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, em Teerã. Ki-moon participa da 16ª Cúpula dos Países Não Alinhados. O secretário-geral reiterou a preocupação com o programa nuclear do Irã e pediu que as autoridades autorizem especialistas estrangeiros a visitar as usinas e centros de pesquisas no país.
Na conversa, o líder religioso disse que o desarmamento nuclear deve ser prioridade nas discussões em todos os países. "A República Islâmica do Irã reitera a sua posição em favor de um Oriente Médio livre de armas nucleares, e a ONU deve fazer sérios esforços para dissipar as preocupações com relaçãoa essas armas", disse Khamenei.
O líder mencionou também a preocupação com os desdobramentos da crise na Síria, que já dura 17 meses e matou mais de 20 mil pessoas. Segundo ele, o Irã se esforça para cooperar com o que for necessário para ajudar a Síria. Os iranianos, os chineses e os russos são os aliados mais fieis dos sírios e resistem a quaisquer medidas de intervenção ou de sanções na região.
"Com base em seus ensinamentos e crenças religiosas, a República Islâmica do Irã está pronta para fazer todos os esforços para resolver a crise síria", disse Khamenei, informando que lamenta que a oposição seja estimulada por “elementos estrangeiros”, gerando uma "guerra de preocupação".
Ki-moon ficará dois dias em Teerã para a cúpula, que reúne representantes de 107 países. Na conversa com o líder religioso, ele elogiou a iniciativa e destacou a relevância do Irã na região.
*Com informações da emissora pública de televisão do Irã, PressTV.
Edição: Graça Adjuto