Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Na véspera do Dia Nacional de Combate ao Fumo, profissionais de pneumologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) promoveram hoje (28) uma ação para orientar e conscientizar as pessoas sobre os malefícios do cigarro à saúde. Durante o ato, foram feitos testes para medir o nível de contaminação por monóxido de carbono no organismo de fumantes.
A atividade foi promovida pelo Núcleo de Prevenção e Cessação do Tabagismo (PrevFumo), da Unifesp, que oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. O núcleo atende, em média, 4 mil pessoas por ano.
Segundo a psicóloga e coordenadora do PrevFumo, Rosangela Vicente, os fatores psicológicos que mais atrapalham quem quer deixar o cigarro são o medo de enfrentar problemas como estresse, depressão e dificuldade em lidar com as adversidades cotidianas. “Nosso trabalho é mostrar que esse é um momento diferente, que eles precisam aproveitar e que estamos ali para auxiliá-los a enfrentar a vida sem o cigarro.”
De acordo com Oliver Nascimento, pneumologista da Unifesp, o tabagismo está relacionado diretamente a 52 doenças, entre pulmonares, cardiovasculares e câncer de garganta. “No Brasil, são 200 mil mortes por ano causadas por doenças relacionadas ao cigarro. O número de pessoas que fuma é muito alto, podendo chegar a 30 milhões.”
Nascimento destaca que o cigarro está diretamente associado à dependência química pela nicotina. Cada cigarro possui quatro mil substâncias nocivas, que são metabolizadas pelo organismo, que sofre danos irreversíveis. “É preciso ressaltar que nas primeiras horas em que a pessoa para de fumas já tem benefício. Nas primeiras oito horas, o monóxido de carbono sai da corrente sanguínea. Em um dia, a pressão arterial retorna ao normal e, em três meses, melhora a tosse,”explicou.
Qualquer pessoa interessada em largar o vício pode procurar o PrevFumo. Ao chegar no núcleo, o paciente passa por uma avaliação de saúde para verificar se há sintomas de doenças respiratórias e pulmonares ou se já faz algum tratamento com medicações. É avaliada ainda a carga tabagista (quanto fuma, há quanto tempo) e os motivos pelos quais quer parar de fumar. “Se acusado problema pulmonar, já o colocamos no nosso ambulatório para iniciar um tratamento”, disse.
Rosangela explica que a dificuldade em deixar o fumo existe porque o tabaco cria dependência física, psicológica e comportamental. “Tudo o que a pessoa faz é com o cigarro na mão. Se está irritado, fuma. Se está triste, fuma. Se está sem fazer nada, fuma. Para parar de fumar, é preciso mexer nessas três frentes para que o tratamento funcione.”
Edição: Carolina Pimentel