Em mensagem à população, Lugo sinaliza que voltará à política em 2013

17/08/2012 - 21h00

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
 

Brasília – Destituído da Presidência do Paraguai há 55 dias, Fernando Lugo enviou hoje (17) uma mensagem à população do país. Na mensagem, em tom poético, Lugo disse que é necessário tentar “olhar as flores” que nascem em agosto, mês em que completaria quatro anos de mandato, e buscar a construção de um “país melhor”. Ele pediu apoio dos simpatizantes e correligionários para as eleições de 21 de abril de 2013.

“Se estamos realmente unidos, podemos voltar em 2013. É importante não desanimar”, declarou. Ele sinaliza que pretende se candidatar ao Senado. Não está definido se há impedimentos para sua candidatura à Presidência da República. Pela Constituição do Paraguai, o atual presidente Federico Franco não pode concorrer à reeleição.

A mensagem do ex-presidente foi transmitida pelo grupo Paraguai Resiste, que mantém um site na internet e promoveu dois dias de debates sobre o processo de impeachment de Lugo.

“Como estão, amigos? Essa flor cresce em agosto e, se olharmos com cuidado, as flores são para alegrar os nossos olhos. Temos de recordar 15 de agosto de 2008. Lembram-se meus amigos?”, disse Lugo, referindo-se à data de sua eleição, em 2008, e à possibilidade de ter completado quatro anos de mandato, caso não tivesse sofrido o impeachment, em 22 de junho.

Lugo reiterou que é necessário observar o que foi conquistado nesse período. Segundo ele, um dos avanços foi a abertura para o diálogo com todos os setores da sociedade, o estímulo ao emprego e à segurança alimentar. “Muitos sentiram tristeza pelo que aconteceu nos dias 21 e 22 de junho com o golpe”, mencionou, citando as datas nas quais a Câmara e o Senado votaram seu processo de impeachment.

“Força, companheiros, que não desanimemos. Nosso país precisa de nós e vamos levantar esta nação”, disse Lugo, na mensagem, divulgada pelo grupo Paraguai Resiste, formado por simpatizantes e aliados políticos do ex-presidente que defende que o processo de destituição foi ilegal e caracterizou um golpe de Estado.

 

Edição: Aécio Amado