Advogados começam defesa dos réus do mensalão

06/08/2012 - 15h55

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil


Brasília – O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), retomado às 14h30 desta segunda-feira (6), entra em nova fase. Depois da exposição do Ministério Público na última sexta (3), os advogados de defesa dos 38 réus tentam contestar as acusações que pesam sob seus clientes.

Serão cinco advogados por dia, segundo a ordem da denúncia, e cada réu terá direito a uma hora. Nesta segunda, falarão os defensores do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoino, do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e dos publicitários Marcos Valério e Ramon Hollerbach.

A principal linha de defesa de Dirceu, desenvolvida pelo advogado José Luis de Oliveira Lima, é que não há provas contra ele. Argumenta ainda que o então ministro se afastou dos assuntos do PT quando assumiu o cargo no governo em 2003, e que, por isso não tinha conhecimento das articulações político-financeiras da legenda.

O advogado de José Genoíno alegará que ele assinou sem ler os contratos de empréstimos do Banco Rural, confiando na legalidade do que era negociado pelo então tesoureiro Delúbio Soares.

Arnaldo Malheiros Filho, que defende Delúbio, alegará que o ex-tesoureiro contraiu os empréstimos para saldar dívidas de campanha não contabilizadas do PT, o chamado caixa 2. Ele negará que os empréstimos tivessem o objetivo de comprar apoio político dos partidos da base aliada, principal linha de acusação do Ministério Público.

O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, confirmará a versão do caixa 2, enquanto Hermes Guerrero, o advogado de Ramon Hollerbach, dirá que não há evidências de que seu cliente participou do esquema. Hollerbach era sócio de Valério na SMP&B Comunicação.

A fase da exposição dos advogados deve terminar no dia 15 de agosto. Na última sexta-feira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a absolvição do ex-ministro de Comunicação Social Luiz Gushiken e do ex-assessor do PL (hoje PR) Antonio Lamas por falta de provas. Ainda assim, eles continuam réus no processo e seus advogados poderão falar em sua defesa.


Edição: Alberto Coura