Olimpíadas: atletas brasileiros têm espaço exclusivo para treinamento em Londres

01/08/2012 - 8h42

Danilo Macedo
Enviado especial da Agência Brasil

Londres (Reino Unido) - Pela primeira vez, boa parte dos atletas brasileiros tem uma superestrutura para treinamento exclusiva na cidade dos Jogos Olímpicos. No Crystal Palace, localizado no sul de Londres, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) tenta reproduzir as condições que as superpotências do esporte dão aos seus atletas. O local tem academia, ginásio com várias quadras de esporte, piscinas de natação e saltos ornamentais, quadras de vôlei de praia e pista de atletismo.

Ao todo, são 120 mil metros quadrados exclusivos para a delegação brasileira. O espaço começou a ser avaliado pelo COB dois anos antes do início das competições. “Criou-se um ambiente inédito dentro da nossa preparação que, na verdade, é o que se faz dentro dos principais países que têm a questão do esporte levada de uma maneira muito mais profissional”, disse o coordenador do comitê no Crystal Palace, Edgar Hubner.

Segundo Hubner, o grande diferencial é poder abrigar no centro esportivo, junto com os atletas, profissionais que não têm acesso à Vila Olímpica pelo número restrito de credenciais, como médicos, fisioterapeutas e equipes adicionais da comissão técnica. Tudo isso a 45 minutos do Parque Olímpico de Londres. “É a facilidade de não ter que fazer grandes deslocamentos e ter todos os serviços dentro do mesmo ambiente, permitindo a eles otimizar o tempo de treinamento.”

Para a goleira Chana, da seleção brasileira de handebol, que ganhou as duas primeiras partidas que disputou, ter um ginásio exclusivo faz toda a diferença. “Os outros países têm que treinar 45 minutos. A gente tem a vantagem de poder treinar uma hora, uma hora e meia. Esses minutos extras são os que decidem no final. Os campeões do esporte sempre falam dessas horas extras treinadas e a gente somou muitas horas aqui.”

O local tem um atrativo a mais. Uma chef brasileira prepara as refeições servidas no refeitório do Crystal Palace. Segundo a nutricionista Renata Parra, que ajudou a montar o cardápio, o desafio é montar um ambiente “caseiro”. “Dando uma comida caseira, brasileira, a gente consegue deixá-los mais juntos de casa e eles não sofrem tanto quanto quando vão pra competições em outros países em que não conseguem os alimentos a que eles estão acostumados a comer em casa”.

Os primeiros atletas a chegar no centro esportivo foram os da natação, ainda no dia 16 de julho. De acordo com o início das provas de cada modalidade, competidores brasileiros deixam o local e outros chegam. O Crystal Palace ficará à disposição da delegação brasileira até o fim dos Jogos Olímpicos.

Edição: Juliana Andrade