Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A pedido da Autoridade Nacional Palestina (ANP), a Liga Árabe vai investigar a morte de Yasser Arafat, líder palestino, morto em 2004. Há suspeitas que ele tenha sido envenenado. O pedido de apuração é comandado pelo negociador palestino, Saeb Erekat. Pela Liga Árabe, as investigações serão conduzidas pelo secretário-geral do bloco, Nabil Al Arabi.
O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e a viúva de Arafat, Suha Arafat, concordaram com a exumação do corpo que está em um mausoléu, em Ramallah, na Cisjordânia. Arafat morreu, em novembro de 2004, aos 75 anos, com falência múltipla dos órgãos, depois de 13 dias internado no Hospital Militar Percy, em Clamart, na França.
Em comunicado, o comitê responsável pelas investigações informou que será criada uma comissão “independente e neutra”. A decisão de investigar a morte de Arafat foi tomada, depois que a emissora árabe de televisão Al Jazira mostrou uma reportagem em que abordava a existência de polônio 210, substância tóxica, nas roupas e objetos de Arafat, indicando elevada contaminação radioativa.
A reportagem da Al Jazira citou uma investigação, que durou nove meses, feita pelo Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça. O instituto analisou a roupa, a escova de dente e o lenço do dirigente palestino.
Arafat se tornou uma espécie de símbolo das negociações entre palestinos e israelenses. Em 1993, ele participou do Acordo de Paz de Oslo ao lado do então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e do primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, entre outras negociações históricas em busca do fim do impasse na região.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Carolina Pimentel