Militares acusados de prender e matar pai da ex-presidenta do Chile são detidos para investigações

18/07/2012 - 7h34

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As autoridades do Chile prenderam ontem (17) dois coronéis da reserva da Força Aérea do país sob a acusação de terem detido e matado, em 1974, Alberto Bachelet, pai da ex-presidenta chilena Michelle Bachelet. A prisão e a morte ocorreram durante a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990).

Os militares presos para investigação são Ramon Caceres e Edgar Ceballos. Eles deverão responder às acusações de coautoria do crime de tortura com fins de morte. Na época em que foi preso e morto, Alberto Bachelet era oficial general da Força Aérea do Chile. Sua biografia registra colaboração com o ex-presidente Salvador Allende (1970-1973).

O caso é conduzido pelo procurador-geral do Chile, Mario Chariot. A ex-presidenta e sua mãe, Angela Jeria, acompanham o processo de perto. Em entrevista concedida ontem, a mãe de Bachelet disse estar tranquila à espera de uma decisão da Justiça sobre o futuro dos generais.

No Chile, as autoridades mantêm as investigações dos atos cometidos no período da ditadura militar. No centro de Santiago, a capital do país, há o Museu de Memória dos Direitos Humanos, que se destina a manter vivos os episódios ocorridos durante o governo Pinochet.

Um dos mais temidos ditadores da América Latina,  Pinochet governou o Chile por 17 anos. Ele foi acusado de uma série de crimes, como o desaparecimento de cerca de 3 mil pessoas e ordens de tortura aos contrários ao sistema, incluindo crianças e adolescentes.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa // Edição: Juliana Andrade