Integrantes de movimentos por moradia fazem manifestação no centro de São Paulo

11/07/2012 - 18h20

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Integrantes de movimentos por moradia e moradores de imóveis ocupados na cidade de São Paulo fizeram hoje (11) uma marcha pelas ruas da região central da capital paulista contra a retirada das pessoas dessas ocupações. Durante a caminhada, os manifestantes passaram pelo Fórum João Mendes onde fizeram um ato e depois seguiram para a sede da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), onde participaram de reunião para protocolar uma pauta de reivindicações.

De acordo com o coordenador-geral da Frente de Luta por Moradia, Osmar Silva Borges, o ato que determina a desocupação não diz para onde serão levadas famílias retiradas dos imóveis. “Só no centro são mais de 3 mil pessoas a serem retiradas das seis ocupações. Em uma delas, 600 famílias devem ser retiradas para a construção de um parque verde. Temos as famílias da Ocupação Mauá, cuja a reintegração de posse pode ocorrer no dia 16. A São João, a Ipiranga e duas na Rio Branco que também têm liminar. As duas da Rio Branco estão suspensas por enquanto”, disse.

“Agora se inicia um processo de mobilização por parte de todos esses que serão removidos, para pressionar o governo para que essas famílias não sejam simplesmente removidas e que seja providenciada moradia decente a elas”, destacou.

O objetivo da marcha, segundo Borges, é o de denunciar o que classificou de descaso da Justiça e da CDHU que, na avaliação do movimento, deveria desapropriar os imóveis do centro que não têm função social. “O Judiciário não acolhe os recursos que são apresentados em nome do movimento e não reconhece a legitimidade da luta para melhorar as condições de moradia das famílias pobres. A CDHU deveria transformar esses prédios do centro em moradia popular”.

A CDHU foi procurada pela reportagem da Agência Brasil para falar sobre as declarações do coordenador-geral da Frente de Luta por Moradia, mas até o fechamento da matéria não havia se manifestado.

 

Edição: Aécio Amado