Indústria, sindicatos e comércio aprovam queda nos juros, mas querem novos cortes

11/07/2012 - 22h20

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) classificou de tímida a diminuição de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), anunciada na noite de hoje (11) pelo Banco Central (BC). “A queda de juros é benéfica para o Brasil, portanto, essa cautela excessiva adotada pelo BC não é necessária”, ressaltou, por meio de nota, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. “Precisamos que o governo acelere o ritmo de queda dos juros, pois este é um importante fator que poderá nos levar ao resgate da competitividade do país”, completou.

A Força Sindical também expressou opinião semelhante. Para a central, “a redução, que ocorre pela oitava vez consecutiva, serve de alento para a fraqueza industrial que o país vivencia, uma vez que vem demonstrando dificuldades em apresentar sinais consistentes de crescimento”. No entanto, no comunicado, assinado pelo presidente em exercício da Força Sindical, Miguel Torres, a central destaca que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) “deveria ser mais ousado”.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) compartilha de opinião parecida ao avaliar positivamente a chegada da Selic ao patamar de 8% ao ano. "Mas é preciso ousar e reduzir ainda mais a Selic, buscando aproximá-la dos níveis internacionais, bem como é fundamental pressionar os bancos públicos e privados a baixar de verdade as altas taxas de juros, o spread e as tarifas”, disse o presidente da confederação, Carlos Cordeiro.

Para a Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP), a queda dos juros “favorece o aquecimento da economia sem o risco de gerar inflação futura”. Apesar de elogiar a redução, a federação pondera que a Selic “permanece elevada para os padrões internacionais”. Por isso, a entidade espera que “o governo continue pressionando as instituições financeiras para a redução dos juros ao consumidor final, o que deve fortalecer o comércio e aquecer a economia nacional”.

 

Edição: Aécio Amado