Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A manhã ensolarada deste domingo (1º) contribuiu para que milhares de paulistanos saíssem de casa para aproveitar as mais de 3 mil atividades da 6ª Virada Esportiva de São Paulo, que ocorre desde às 8 horas de ontem (30). No Vale do Anhangabaú, região central da cidade, muitas famílias e jovens aproveitaram para conhecer e praticar esportes radicais. No Elevado Costa e Silva (mais conhecido como Minhocão), as miniquadras de tênis atraíram principalmente as crianças. As atividades ocorrem até as 18 horas de hoje.
O casal Sílvia Urbano, de 75 anos, e Carlos Muniz, de 73 anos, comparecem sempre ao evento, mas somente para observar. Este ano, está sendo diferente: “Vim para andar de tirolesa!”, disse Sílvia, animada com a experiência. A tirolesa foi montada no alto do Viaduto do Chá e a descida levava os participantes para o centro do Largo do Anhangabaú.
Sílvia já pratica atividades físicas regularmente, como dança, caminhada, natação e ginástica. Carlos, por enquanto, só acompanha a mulher no salão. “Só danço, porque ainda estou trabalhando e isso já é um grande exercício”, ponderou. Assim como Sílvia, Marcelo Cleto, de 28 anos, também já pratica esportes, mas este ano aproveitou a virada para conhecer outras modalidades. “Pratico parkour (é uma atividade cujo princípio é mover-se de um ponto a outro o mais rápido e eficientemente possível), mas hoje já fiz escalada, bossaball (jogo de bola entre duas equipes que combina futebol, ginástica, vôlei e capoeira) e a próxima será a tirolesa”, disse Marcelo.
Uma das maiores filas na arena de esportes radicais era a do slad, equipamento de escalada com 12 metros de altura e com um escorregador de quase 90 graus, que é utilizado como descida pelos que alcançam o topo. Cleiton Ferreira, de 33 anos, fez o rapel em poucos minutos, arrancando aplausos de quem aguardava na fila. “O lado direito da escalada é mais fácil, quem fez a escalada do lado esquerdo encontrou mais dificuldade, porque precisa de mais técnica”, explicou. Cleiton também pratica esportes regularmente, andando de bicicleta pelas ruas da capital.
Já Taíssa Fonseca, de 25 anos, está há oito anos sem fazer atividade física. “Desde que vim para São Paulo estudar, não consegui encaixar um esporte na minha rotina”, relatou a estudante de economia. Taíssa, que mora próximo ao Elevado Costa e Silva, foi conferir as partidas de tênis na rua. “Algumas pessoas na minha família jogavam tênis, mas nunca tive muito tempo para treinar. Aproveitei que o dia está bonito para dar uma caminhada e me informar sobre onde posso praticar o esporte”, explicou.
Embora esteja há tanto tempo sem se exercitar, Taíssa sabe da importância da atividade física regular e sente as dificuldades do sedentarismo na prática. “Meu corpo sente falta até porque treinei vôlei durante toda a adolescência. A Virada ajuda os paulistanos a lembrarem disso. O esporte precisa fazer parte da rotina de todos da cidade. É saudável para o corpo e para a mente”, avalia.
Para Gabriela Freitas, coordenadora de Desenvolvimento e Capacitação da Confederação Brasileira de Tênis, o evento ajuda a difundir esportes pouco conhecidos e reforça a importância da prática esportiva. “A maioria das pessoas que estão aqui hoje nunca pegou em uma raquete, e estão jogando tênis. Nosso objetivo é que as pessoas comecem a jogar e pratiquem mais o esporte”, declarou. Ela explicou que não há idade para iniciar a prática. “Passaram por aqui pessoas de 3 até 50 anos de idade”, relatou.
A Virada Esportiva é promovida anualmente, desde 2006, pela prefeitura de São Paulo. Em 2012, o número de atividades foi ampliado, passando de 2,5 mil para 3 mil atividades em mais de mil locais da cidade.
Edição: Talita Cavalcante