Governo federal quer exportar vacina contra tuberculose

22/06/2012 - 16h29

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O governo federal vai investir R$ 52 milhões para ampliar em seis vezes a produção nacional da vacina BCG contra a tuberculose. O principal objetivo é exportar o imunizante em escala global, além de continuar abastecendo a demanda interna. Atualmente, o Brasil exporta sete tipos de vacina para todo o mundo.

“Isso vai permitir que o Brasil, além de manter o abastecimento da vacina BCG do nosso programa nacional de imunização, que são 10 milhões de unidades por ano, gere esse excedente [que vai ser produzido] de 60 milhões de unidades, como parte de um esforço que o país está fazendo de disputar o mercado internacional de vacinas”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

O anúncio foi feito hoje (22) pelo ministro em evento na Clínica da Família da Rocinha, zona sul da capital fluminense, que homenageou o programa carioca de combate à tuberculose. Durante o evento, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, Margareth Chan, conheceu as conquistas do modelo brasileiro no tratamento da doença.

A Fundação Ataulfo Paiva, laboratório público responsável pela fabricação da vacina, vai receber os investimentos para construção de um novo parque industrial em Xerém, no município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Atualmente, o pólo industrial localizado no centro do Rio de Janeiro produz 10 milhões de vacinas por ano.

O local escolhido para a homenagem foi estratégico porque a Rocinha representava a área com maior registro da doença na cidade. Segundo o secretário de Saúde do Rio, Hans Dohman, atualmente o bairro apresenta uma taxa de 84% de cura dos pacientes. Para Dohman, o investimento em atenção primária no sistema de saúde é o grande responsável por tirar a Rocinha da zona de risco.

“Na hora que a gente inclui 2 milhões de cariocas no sistema de saúde, principalmente no nível primário de atenção, responsável por tomar conta da tuberculose, certamente isso deu à prefeitura a possibilidade de identificar os casos e tratar, educar e diminuir a transmissão”, justificou.

Ele disse que outro importante aliado no tratamento precoce da tuberculose é um teste que permite em apenas duas horas identificar se o paciente está infectado. Pelo método antigo, o resultado demorava sete dias, o que atrapalhava o combate à doença. Rio e Manaus foram às cidades escolhidas para receber a nova tecnologia, que ainda está em teste.

Nos últimos quatro anos, a incidência de tuberculose no município caiu de 97,5 para 73,9 doentes por 100 mil pessoas infectadas, uma redução de 24%. A cidade, que ocupava o último lugar entre as capitais, avançou cinco posições no tratamento da tuberculose.

Edição: Davi Oliveira