Paraguai tem novo ministro do Interior após conflito entre agricultores e policiais

16/06/2012 - 16h18

Da Telam e da IPParaguay

 

Brasília – O ex-fiscal-geral do Estado, Rubén Candia Amarilla, assumiu hoje (16) o Ministério do Interior, em substituição a Carlos Filizzola, que caiu após o conflito de ontem entre camponeses e policiais no Noroeste do país, que deixou saldo de 15 a 17 mortos. Candia Amarilla é o quarto ministro do Interior do governo Lugo, iniciado em agosto del 2008.

Nesta manhã, o número de mortos, que na noite passada chegava a 17, foi posto em questão, com a polícia informado que tinham morrido 15 pessoas (seis policiais e nove camponeses). O número de feridos também foi questionado, com as informações variando entre 80 e 100.

O confronto se deu durante a desocupação de um prédio em uma área de cerca de 2 mil hectares no Distrito de Curuguaty, departamento de Canindeyú, no Noroeste paraguaio, na fronteira com o Brasil. Curuguaty amanheceu hoje sob forte chuva, o que dificulta a realização de qualquer tipo de procedimento na região.

A polícia está na região à espera de oportunidade de entrar na zona de mata da fazenda, de propriedade de um ex-senador colorado Blas Riquelme, para buscar feridos, verificar se há mais mortos e, eventualmente, deter camponeses que fugiram.

Na noite de ontem, a Câmara dos Deputados decidiu criar uma comissão bicameral investigadora.

Segundo a YParaguay, agência pública de notícias do Paraguai, o vereador de Curuguaty Julio Colman disse que o confronto de ontem foi desencadeado por agentes infiltrados entre os agricultores que ocupavam a fazenda. Segundo ele, as pessoas que ocupavam a área são todas vizinhas do domínio de Curuguaty. "Não foram os agricultores" que desencadearam o confronto, mas elementos infiltrados que, desde o início, não quiseram dialogar, afirmou Colman.

Efegenio González, vizinho da área onde estavam acampados os agricultores, disse que pessoas de outras localidades somaram-se aos primeiros ocupantes. De acordo com González, pessoas que estavam no local disseram não conhecer os líderes.

Os ocupantes da fazenda tinham entrado há menos de dois meses no local e são de um grupo diferente dos primeiros que acamparam na área, da qual foram despejados em janeiro.