Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A demanda pelo diesel S50, com baixo teor de enxofre, é fraca nos cinco primeiros meses de venda do produto, admitiu hoje (29) o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares.
O custo do combustível é um dos fatores. O novo diesel é R$ 0,12 mais caro do que o diesel comum (S1800). Além disso, os caminhões novos fabricados pelas montadoras e equipados com motor Euro 7, específico para o óleo S50, têm custo entre 12% e 15% mais alto do que os caminhões com motores antigos, que foram estocados nas concessionárias e são abastecidos com qualquer diesel.
“Nós estamos preparados, mas não tem ainda caminhão para a gente abastecer”, disse Soares. Segundo ele, “são pouquíssimas unidades que tem hoje circulando no Brasil”. Ele disse também que para o caminhoneiro que roda pelo país, R$ 0,12 faz diferença.
De acordo com a Fecombustíveis, o problema é mais grave nas regiões metropolitanas de Fortaleza, Recife e Belém, que só podem vender S50 e perdem em termos de competitividade para as regiões vizinhas.
A Fecombustíveis sugeriu a Petrobras e ao Ministério de Minas e Energia aumentar R$ 0,01 por litro no preço do óleo diesel mais comum para subsidiar o óleo novo S50. “Se ela [Petrobras] aumentar R$ 0,01 lá, compensa os R$ 0,12 mais caros aqui. O preço poderia ficar muito semelhante. Seria um subsídio cruzado”. Soares informou que não há, até o momento, nenhuma resposta do governo ao pleito.
O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Allan Kardec Duailibe Barros Filho, considerou o impasse natural. “Nós já prevíamos que ia ter alguns meses, ou talvez, até um ano, de consolidação. Era mais ou menos esperado que haja esse debate”. Ele disse que o problema não ocorre somente no Brasil, na Europa também houve problemas.
O balanço da distribuição do novo diesel S50, no entanto, é positiva disse Soares, em evento na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, no Rio de Janeiro. O novo produto está sendo oferecido em 3 mil postos credenciados em todo o país. “O produto está em todas as regiões brasileiras. Por isso, eu acho que, em matéria de logística, foi cumprida a determinação da ANP”.
Edição: Rivadavia Severo