Brasil não cogita expulsar diplomatas sírios por causa do massacre de civis em Houla

29/05/2012 - 18h26

Roberta Lopes*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Brasil não cogita expulsar diplomatas sírios por causa do massacre de civis na cidade de Houla, na Região Central da Siria, que deixou como saldo 108 mortos e 300 feridos. Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Tovar Nunes, o diálogo tem que ser mantido e o Brasil não vê necessidade de declarar diplomatas sírios como personas non grata, a exemplo do que alguns países europeus estão fazendo.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que vai aguardar as declarações do enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) à Síria, Kofi Annan, que negocia com o governo de Damasco o cumprimento do cessar-fogo entre rebeldes e tropas oficiais.

“Nos associamos integralmente às declarações do presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas [embaixador Agshin Mehdivev], que repudia os ataques [a civis] e manifesta preocupação com esses acontecimentos, que são inaceitáveis e não estão em conformidade com a agenda do enviado especial, Kofi Annan”, disse Patriota, logo depois de se encontrar com o ministro de Relações Exteriores dos Países Baixos, Uri Rosenthal.

Rosenthal disse que os Países Baixos declararam como persona non grata o representante sírio no país, que reside em Bruxelas, na Bélgica. Ele relatou ainda que seu país mandou uma mensagem para o presidente sírio, Bashar Al Assad, informando que “o tempo dele no governo acabou” e que isso tem sido repetido pela comunidade internacional o tempo todo, o que inclui a União Europeia. O ministro assegurou que o governo sírio “tem responsabilidade” pelo massacre em Houla.

Hoje, os governos do Reino Unido, da França, Espanha, Alemanha e Austrália anunciaram a decisão de expulsar embaixadores, encarregados de negócios e diplomatas sírios.

Os Estados Unidos também decidiram expulsar o encarregado de negócios da Síria em Washington, Zuheir Jabbour, o principal representante do governo de Bashar Al Assad em Washington. Ele tem 72 horas para deixar o país.

Com informações da Lusa, agência pública de notícias de Portugal

Edição: Vinicius Doria