Festival Vale do Café, lançado hoje, quer incentivar turismo cultural no interior do RJ

24/05/2012 - 20h48

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O Festival Vale do Café, no Vale do Paraíba do sul fluminense, chega à sua décima edição, somando mais um município à relação de 14 cidades que integram o evento desde 2003. O objetivo é criar um pólo turístico cultural e acelerar o desenvolvimento econômico no interior do estado do Rio de Janeiro.

O evento teve seu lançado oficial hoje (24), no Rio, e será realizado de 17 a 29 de julho com atrações em diversas cidades. Idealizado pela harpista Cristina Braga, desde 2003 o festival acumula um público de mais de 600 mil pessoas. Na edição de 2012, a expectativa é receber, nos vários concertos, um público de até 90 mil pessoas.

O festival teve um orçamento de R$ 4 milhões, com recursos captados através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio de Janeiro. As duas leis de incentivo funcionam no formato de isenção fiscal parcial de impostos para pessoas físicas e empresas que investirem em projetos culturais. Na Lei Rouanet, por exemplo, a isenção é de até 6% no imposto de renda para pessoa física e de até 4% para pessoa jurídica.

Este ano, o evento chegará ao município de Resende, com a realização de um concerto da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), no dia 19 de julho, no Teatro da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), o maior da América Latina, com capacidade para 2,8 mil pessoas. A entrada é gratuita. O violonista Turíbio Santos será o solista da apresentação. Será prestada homenagem, na ocasião, ao compositor Edino Krieger, com a apresentação, em estreia mundial, de uma obra de Krieger para orquestra e violão.

“Agora, são 15 municípios. Vamos crescendo”, celebrou, em entrevista à Agência Brasil, Nelson Drucker, diretor-geral do festival. A programação prevê a realização de concertos em 14 fazendas da região, com o intuito de estimular a visitação turística antes e depois do evento.

Drucker destacou também os cursos de música, sob a direção de Turíbio Santos, que envolvem 400 alunos de todo o país, a maioria oriunda de movimentos sociais, que terão aulas com músicos da Orquestra do Theatro Municipal do Rio. “Nenhum aluno paga pelo curso”, disse.

Outro vetor do festival é a realização de pelo menos um concerto em cada um dos municípios participantes na região do Vale do Café, no centro-sul do estado, com apresentações gratuitas para a população.

A abertura do festival ocorrerá no dia 17 de julho, em Volta Redonda, coincidindo com a comemoração do aniversário da cidade. O festival fará homenagem ao cantor e compositor Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, com concertos especiais ao ar livre nos municípios de Barra Mansa, Piraí e Valença. Os espetáculos em Barra Mansa terão como solista a cantora Elba Ramalho, que estreia no evento.

Nelson Drucker destacou também o efeito que o festival tem para o desenvolvimento econômico da região do Vale do Café como um todo. Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do estado (Sebrae-RJ), parceiro do evento, revelou que o comércio aumenta as vendas em 30% durante o período do festival. “Hotéis e pousadas lotados, restaurantes movimentados, lojas de artesanato e lojas normais tendo movimento acima do normal”. Outra pesquisa mostra que turistas que vão para o festival acabam retornando às cidades para aproveitar suas atrações. “Nosso trabalho de divulgar a região está sendo um sucesso”, comemora.

Ainda em conjunto com o Sebrae-RJ, o festival realiza um trabalho de capacitação da mão de obra local para atendimento aos turistas. O projeto este ano chega ao quarto município. “O objetivo é que o turista seja bem atendido e volte”, disse o diretor. Há a preocupação do festival com a geração de renda e a contratação de mão de obra das próprias cidades, o que impulsiona a economia local.

Ao mesmo tempo em que reverte em benefício para a população, o festival divulga a história e a cultura desses municípios que conheceram o apogeu do ciclo do café no Brasil, por meio da divulgação de seus costumes e tradições. As fazendas históricas são abertas para a visitação e muitas oferecem aos turistas uma viagem ao passado.

Edição: Fábio Massalli