Representantes do Ministério da Fazenda devem receber trabalhadores rurais que invadiram prédio

23/05/2012 - 9h29

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Trabalhadores rurais que invadiram na manhã de hoje (23) o prédio do Ministério da Fazenda, na capital federal, devem ser recebidos às 9h30 por representantes da pasta. Segundo a coordenadora-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Elisângela Araújo, o encontro será com o secretário executivo do ministério, Nelson Barbosa.

Ligados à Fetraf, os trabalhadores rurais organizaram o protesto para pedir a destinação de mais recursos públicos à reforma agrária e uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A assessoria do ministério não informou se Mantega participará do encontro com os trabalhadores rurais. 

Os agricultores penduraram duas bandeiras da Fetraf no oitavo andar do prédio. Eles não tiveram acesso ao gabinete de Guido Mantega.  

Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora-geral da Fetraf disse que o governo não deve olhar só para indústria, ao comentar os incentivos para os setores automotivos e de bens de capital anunciados esta semana. “Nosso setor também é importante para a economia brasileira, porque nós produzimos alimentos e também podemos acabar com a miséria no país.”

De acordo com ela, os agricultores que estão no prédio são de assentamentos do Entorno do Distrito Federal. A mobilização ocorre simultaneamente em vários estados, segundo a coordenadora-geral, com o objetivo de "destravar a pauta de reivindicações", encaminhada ao governo federal em abril.

Os trabalhadores rurais também pedem recursos para assistência técnica e projetos para ampliar o acesso a recursos hídricos, entre outras reivindicações.

Os agricultores chegaram ao prédio pouco depois das 6h. Segundo os organizadores do movimento, cerca de 300 trabalhadores rurais estão no local. A Polícia Militar, no entanto, estima em 150 o número de manifestantes. Por causa do protesto, funcionários do ministério não conseguem entrar no prédio para trabalhar.

Edição: Juliana Andrade // A matéria foi ampliada às 9h54.