Bolívia anuncia que haverá acordo justo para indenização à empresa espanhola nacionalizada

10/05/2012 - 8h42

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Mais de uma semana depois de anunciada a nacionalização da empresa Transportadora de Eletricidade (cuja sigla é TDE), o governo da Bolívia informou ter chegado a acordo para fechar um valor justo de pagamento da indenização à companhia espanhola Rede Elétrica (cuja sigla é REE), responsável pela TDE. O assunto ainda será submetido, porém, a uma série de avaliações.

Ontem (9), o presidente da Bolívia, Evo Morales, reuniu-se com o representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Espanha, Jesus Manuel Gracia, para negociar o acordo. As conversas entre as autoridades bolivianas e os empresários e representantes espanhóis duraram três dias.

"No que diz respeito à nacionalização, concordamos que haverá um trabalho conjunto sobre os termos referentes ao negócio e preço, sendo avaliado por um terceiro integrante para estabelecer um preço justo", disse o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca.

A decisão de Morales de nacionalização da companhia de eletricidade surpreendeu os espanhóis, que ameaçaram retaliar a medida. No entanto, ontem, o chanceler boliviano tentou minimizar o clima de tensão.  "Com a Espanha, temos uma aliança estratégica que é a porta de entrada para a Europa e continuaremos a trabalhar nesse sentido”, disse ele.

De forma semelhante reagiu o ministro da Espanha. Segundo ele, as “preocupações” existentes com futuras expropriações, anunciadas pelos espanhóis, foram “dissipadas” durante as reuniões ocorridas em La Paz (capital da Bolívia). De acordo com ele, o desejo do governo espanhol é manter uma "relação boa e forte" com a Bolívia.

No último dia 1º, Morales anunciou a nacionalização da TDE. Segundo ele, a decisão foi tomada devido ao baixo investimento na expansão do Sistema Interligado Nacional (SIN), relativo ao abastecimento energético do país, e porque é política do governo recuperar as empresas estratégicas que foram privatizadas na década de 1990.

*Com informações da agência pública de notícias da Bolívia, ABI//Edição: Graça Adjuto