Convocação de Sérgio Cabral para depor na CPMI do Cachoeira divide opiniões

09/05/2012 - 19h23

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse hoje na Câmara dos Deputados que não vê razões para a convocação do governador do estado, Sérgio Cabral, para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira.

“Não há motivo [para convocação]. Você trazer uma pessoa a uma CPI porque é amigo, porque apareceu em uma foto, em um jantar, é um absurdo”, disse Pezão após participar de audiência pública na Câmara.

Nas últimas semanas o blog do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) divulgou fotos e vídeos em que o governador fluminense aparece ao lado do empresário Fernando Cavendish, ex-presidente do Conselho de Administração da Delta Engenharia. A empresa possuiu vários contratos com o governo do Rio de Janeiro.

Pezão disse que Cabral, como governador e ex-senador, respeita a CPMI, mas argumentou que as fotos com Cavendish são antigas e foram obtidas de forma clandestina.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), membro da CPMI, no entanto, disse que há muitas razões para que o governador Sérgio Cabral dê explicações a CPMI. “Ele precisa esclarecer a sua relação de amizade com Cavendish”.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), autor do requerimento de convocação de Sérgio Cabral e dos govenadores Agnelo Queiroz (DF) e Marconi Perillo (GO) também disse que Cabral precisa explicar a sua relação com o ex-presidente da Delta.

"Se pegarmos o histórico dos contratos da Delta como governo do Rio de Janeiro nos últimos dez anos, vamos ver que ela saiu do zero para milhões, principalmente nos últimos seis anos. Eticamente ele [Sérgio Cabral] está impedido de ter essa relação". Bueno disse que a CPMI não é contra o governo. "É contra tudo e todos".

 

Edição: Rivadavia Severo