Defesa diz que Cachoeira pode silenciar ao depor em CPMI se não tiver acesso a dados do processo

07/05/2012 - 20h02

Luciana Lima

Repórter da Agência Brasil

Brasília - A defesa do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, suspeito de explorar jogos ilegais, pediu hoje (7) ao presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, acesso a todos os documentos recebidos pela comissão. De acordo com o advogado Márcio Thomaz Bastos, caso não tenha em mãos os documentos da acusação, o seu cliente pode não depor ou permanecer calado durante o depoimento.

"Eu estive com o presidente Vital do Rêgo [presidente da CPMI, senador Vital Rego (PMDB-PB)], pedindo a ele que nós tivéssemos vista de todos os elementos que existem na CPMI, sem os quais o nosso cliente não pode depor", disse Bastos.

O depoimento de Carlinhos Cachoeria está marcado para o próximo dia 15. Bastos considerou que um adiamento seria "prudente". "Seria prudente, não um grande adiamento, mas um adiamento para que a gente tivesse acesso a tudo que a CPMI tem", disse o advogado que reclamou da divulgação de informações das operações Vegas e Monte Carlo pela imprensa.

"Vocês [jornalistas] têm muito mais do que eu tenho. Toda imprensa tem, está saindo fragmentado, descontextualizado, de modo que a gente não teve ainda oportunidade de defesa", disse.

Na Justiça, Cachoeira aguarda uma decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre habeas corpus, anteriormente negado pele Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região.

Bastos informou ainda entrou hoje no TFR com mais um pedido de habeas corpus para anular as interceptações telefônicas que servem como provas nas operações Vegas e Monte Carlo, e que estão agora sob análise da Justiça.

 

Edição: Aécio Amado