Da Agência Brasil
Brasília – No Distrito Federal, os artesãos se queixam da falta de espaços adequados para exibir seus produtos e do apoio reduzido às suas atividades. A artesã Elenice Gomes disse que suas dificuldades são semelhantes às da maioria dos colegas de Brasília, que totalizam 7,5 mil profissionais, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Viver do artesanato não é nada fácil. A renda inconstante dificulta a vida dos profissionais”, disse Elenice Gomes. “Eu vivo do artesanato, mas o trabalho não é valorizado como deveria. No entanto, eu amo o que faço, e quando estou mexendo com o barro não penso em mais nada, esqueço todos os problemas e dou asas à imaginação. Foco no meu trabalho e só penso nas próximas criações.”
Sua colega Maria Cláudia de Matos também descreve seu cotidiano de forma apaixonada: “Tudo é feito de maneira bem rústica. É totalmente artesanal. Escolhemos o local para cavar e retirar a argila, depois a socamos no pilão e em seguida peneiramos tudo. Só depois disso é que começamos a moldar, amassar e molhar o barro. Aos poucos, a argila começa a ter forma."
Maria Cláudia disse que o processo de acabamento das peças em argila leva ainda uma semana, pois é preciso que sequem para serem colocadas no forno por cerca de oito horas. “Tudo é muito trabalhoso, mas ver o resultado final é gratificante”, definiu.
A artesã Lúcia Cruz contou que o artesanato “está na veia da sua família”. Segundo ela, desde criança foi estimulada a aprender a costurar e bordar, “criando gosto” com o tempo, até transformar a habilidade em profissão.
“Minha família toda vivia do artesanato: minha mãe era costureira e bordadeira e eu ainda pequena já fazia roupas de boneca com os retalhos que sobravam. O artesanato está em minhas veias, estou sempre me aperfeiçoando e aprendendo coisas novas. O mundo do artesanato é infinito, ensino artesanato com objetivo de gerar renda e cidadania”, disse Lúcia Cruz.
Edição: Davi Oliveira