PF começa a ouvir empresas flagradas oferecendo propina para fraudar licitação de hospital no Rio

21/03/2012 - 12h56

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro – A Polícia Federal (PF) começou hoje (21) a ouvir cinco pessoas ligadas à empresa Bella Vista Refeições Industriais, uma das quatro empresas envolvidas na tentativa de pagamento de propina para ganhar contratos no Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio (UFRJ), na Ilha do Fundão. O delegado que vai conduzir as investigações é Antônio Carlos Beaubrun. O titular da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos, Victor Poubel, está acompanhando os depoimentos, previstos para ocorrerem até sexta-feira, quando o delegado Beaubrun assume o cargo definitivamente. Ao todo, estão sendo aguardadas 17 pessoas. Suas identidades não foram divulgadas.

Amanhã, estão previstos depoimentos de sete pessoas que trabalham na Locanty Soluções (da área de coleta de lixo) e da Rufolo Serviços Técnicos e Construções, durante todo o dia. Na sexta-feira, foram intimados a depor cinco funcionários da Toesa.

O superintendente da PF no Rio, Valmir Lemos de Oliveira, disse desconhecer a informação encontrada no Portal da Transparência, do governo federal, sobre a prestação de serviços da Locanty para a Superintendência da Polícia Federal do Rio, responsável por investigar a denúncia.

“Só ontem, assinei sete ou oito contratos. Preciso ver qual é o contrato, se contrato houver, analisá-lo e se for necessário vamos rescindi-lo. Se ficar comprovado indício de fraude, abriremos um inquérito policial para investigação”, informou Oliveira.

Os inquéritos para investigar as quatro empresas foram abertos após denúncia de uma reportagem do programa de variedades Fantástico, feita com a ajuda da direção do hospital. Durante dois meses, um repórter se passou por gestor de compras da instituição e simulou uma chamada de licitações em regime emergencial. Nesse período, as negociações com representantes das empresas foram gravadas. Para vencer a licitação, representantes das empresas sugeriram o pagamento de propina. As empresas envolvidas negaram, por meio de nota, que paguem suborno para garantir vendas ou contratação de serviços em processos licitatórios.

 

 

Edição: Lílian Beraldo