Ministros da Agricultura do Brasil e da Argentina chegam a entendimento sobre exportações brasileiras de suínos

16/03/2012 - 22h55

Monica Yanakiew

Correspondente da EBC na Argentina


Buenos Aires - Os ministros da Agricultura do Brasil e da Argentina definiram hoje (16) um mecanismo para colocar um fim à guerra comercial provocada pela decisão do país vizinho de barrar a entrada de carne de porco brasileira. Eles acertaram um regime de cotas, tanto para produtos suínos brasileiros, como para o arroz argentino.

Na reunião, os ministros Jorge Mendes Ribeiro e Norberto Yahuar examinaram toda a balança comercial de produtos agrícolas entre os dois países, que apresenta superávit a favor da Argentina. Ela exportou para o Brasil US$ 4 bilhões, em 2011, e importou US$ 750 milhões.

Mesmo assim, o governo argentino assustou-se com o crescimento das exportações brasileiras de carne suína, que chegaram a 4,7 mil toneladas em janeiro passado. Com a decisão de barrar a entrada de caminhões com o produto, o governo argentino conseguiu fazer com que as exportações de carne suína do Brasil caíssem para 300 toneladas em fevereiro.

Na reunião de hoje, os dois ministros negociaram um regime de cotas, cujos detalhes devem ser acertados na próxima terça-feira (20). Em principio, a partir de abril, o Brasil poderá exportar 3 mil toneladas por mês. "Mas podemos chegar a 3,5 mil toneladas", assegurou Mendes Ribeiro, em entrevista a jornalistas brasileiros em Buenos Aires.

"Com as travas, estávamos vendendo 300 ou 400 toneladas - muito menos que as 4,7 mil toneladas de janeiro passado", disse o ministro da Agricultura brasileiro. "Por isso, é preferível garantir 3 mil toneladas por mês do que ser surpreendido por medidas que afetam nossos exportadores", completou.

No encontro, o ministro pediu uma contrapartida argentina: a redução de suas exportações de arroz para o Brasil. No ano passado, os argentinos venderam 1,2 milhão de toneladas do produto. Mendes Ribeiro quer limitar as exportações argentinas de arroz a 750 mil toneladas ao ano.

 

Edição: Aécio Amado