Liga Árabe se reúne em março para discutir conflitos em países muçulmanos

01/02/2012 - 11h30

Renata Giraldi*
Repórter da Agência

Brasília - O secretário-geral adjunto da Liga Árabe (formada por 22 nações), Ahmad Ben Hilli, marcou uma reunião entre os dias 27 e 29 de março, em Bagda, no Iraque, com os líderes da região. O principal assunto é a série de conflitos que atingem vários países muçulmanos há cerca de um ano. Os protestos mais intensos ocorrem na Síria, na Líbia, no Egito, no Iêmen e no Bahrein. A reunião foi adiada duas vezes no ano passado.

"Chegamos a um acordo sobre questões logísticas e de segurança. Os ministros da Economia árabes vão se reunir em 27 de março, os ministros das Relações Exteriores e chefes de Estado e governo, nos dias 28 e 29", disse Hilli.

O encontro anual da Liga Árabe foi adiado em decorrência dos movimentos e manifestações em vários países do Médio Oriente e Norte da África. Inicialmente, as discussões estavam marcadas para 29 de março de 2011, em Bagdad, depois foi adiada para 11 de maio.

Em meio à crise no mundo muçulmano que se estende há mais de um ano, o Brasil se mantém como observador constante dos movimentos na região, sem se afastar das conversas diretas com os interlocutores do processo, inclusive em países onde a tensão é maior.

Para o professor Murilo Sebe Bon Meihy, do Departamento de História da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, a relação do Brasil com os países muçulmanos cresce a cada década e torna o papel do governo brasileiro fundamental. “O Brasil vem construindo uma relação que já rendeu muitos frutos desde os governos militares e, principalmente, depois dos anos de 1980”, disse ele à Agência Brasil.

Meihy destacou o fato de o Brasil ser um dos observadores da Liga Árabe (formada por 22 nações) e não pertencer ao chamado mundo árabe. “Essa é uma indicação de relevância do Brasil para os países da região”, disse ele. “O Brasil costura muito bem essas alianças a partir do momento em que respeita as peculiaridades e também administra tensões.”

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.

Edição:Talita Cavalcante