Codeplan: apesar de pesquisa do Ipea não incluir Entorno, DF sofre pressão dessas cidades

19/01/2012 - 13h36

Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A presidenta da Companhia de Planejamento do Distrito Federal, Ivelise Longhi, disse há pouco que os indicadores sociais do DF são diretamente influenciados pelas cidades do Entorno. Para ela, estudos como o divulgado hoje (19) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) devem considerar tal situação. Além disso, segundo ela, o DF deveria ser comparado a outras capitais, por suas características urbanas, e não a estados, como mostrou o levantamento.

A pesquisa inaugura uma série sobre a Situação Social dos Estados. “O Distrito Federal tem um dos maiores IDHs [Índices de Desenvolvimento Humano] do país, mas também tem desigualdades, como mostra a pesquisa. Com esses dados, o importante é saber onde as políticas públicas devem ser reforçadas para reduzir essas desigualdades”, disse Ivelise, após a apresentação do estudo pelo diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão. Ele admitiu que a pesquisa não incluiu o Entrono e que isso será feito nos próximos estudos.

Segundo ela, o mercado de trabalho é uma das áreas que sofrem a influência das cidades do Entorno. A pesquisa mostra o DF com a taxa de desemprego superior à média nacional, no período analisado. Em 2001, o índice no Distrito Federal era 14,1%, tendo caído para 11% em 2009, enquanto no Brasil, o índice ficou em 9,2% e 8,2%%, respectivamente.

Ela destacou como fator positivo da pesquisa os altos índices de acesso a telefones celulares e internet, em que o Distrito Federal lidera o ranking no país. “Isso pode nos ajudar na área da educação”, disse Ivelise, ao ressaltar que a massificação do celular é “extremamente positiva”, e lembrou que em Porto Alegre já é possível acompanhar o desenvolvimento de obras públicas por meio de aparelhos móveis.

Para a presidenta da Codeplan, entretanto, as redes sociais da internet ainda não estão sendo usadas com todo o potencial para facilitar a vida das pessoas. Ela considerou a pesquisa positiva para a discussão sobre melhoria da renda e do trabalho da população, apesar de a comparação do DF com outros estados não dar uma visão real dos problemas locais, como aconteceria se o parâmetro fossem outras capitais do país.

Edição: Talita Cavalcante