Presidente de El Salvador vai reparar vítimas de violações de direitos humanos

17/01/2012 - 12h52

Roberta Lopes*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente de El Salvador, Mauricio Funes, anunciou um plano para reparar vítimas de violações de direitos humanos cometidas no massacre de Mozote. O episódio ocorreu em 1981 quando militares mataram cerca de mil pessoas, além de serem acusados de crimes sexuais e de torturas.

“Reconheço que nos dias 10, 11, 12 e 13 de dezembro de 1981 tropas do Batalhão de Infantaria de Atlacati [região de El Salvador] assassinaram cerca de mil pessoas. Aqui houve torturas e crianças que sofreram abusos sexuais”, disse o presidente.

“Por esse massacre, pelas violações de direitos humanos e pelos abusos perpetrados em nome do Estado salvadorenho, como presidente da República e comandante-geral das Forças Armadas, peço perdão às famílias das vítimas”, acrescentou.

O presidente orientou ainda que os comandantes das Forças Armadas façam uma revisão sobre os fatos dentro das discussões da Comissão da Verdade que examina o massacre de Mozote. Paralelamente, o presidente estuda o pagamento de indenizações às vítimas do massacre.

De acordo com Funes, nos próximos dias, será lançado um programa nacional destinado às vítimas de violações de direitos humanos durante o conflito armado - que durou mais de uma década no país.

O presidente anunciou ainda que será criada uma secretaria executiva responsável por formular as políticas para as vítimas e suas famílias. Ele anunciou também que será feito um levantamento para que o governo tenha conhecimento do número exato de vítimas e de suas necessidades mais urgentes.

O conflito, entre o governo militar e a guerrilha Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) durou 12 anos, sendo encerrada em 1992. Na ocasião, foram assinados os acordos de Chapultepec, no México, em busca da paz na região. De acordo com estimativas oficiais, os conflitos armados em El Salvador geraram mais de 10 mil mortos e pelo menos 8 mil desaparecidos.

 


*Com informações da agência pública de notícias da Argentina, Telam    //    Edição: Lílian Beraldo