Famílias pobres do estado do Rio terão complemento até R$ 300 ao benefício do Bolsa Família

16/01/2012 - 21h26

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Para complementar a renda da famílias que ganham menos de R$ 100 por mês e são consideradas extremamente pobres no estado do Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Assistência Social lançou hoje (16) o programa Rio sem Miséria. A ideia é complementar o pagamento do Bolsa Família, de até R$ 70 mensais por pessoa, com uma quantia entre R$ 30 e R$ 300.

O foco são 51 dos 92 municípios fluminense, incluindo os 20 mais pobres – conforme o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também serão beneficiados os 13 municípios das regiões norte e noroeste afetados pelas chuvas deste ano. Segundo a Defesa Civil do estado, somente a cidade de Cardoso Moreira, que será atendida pelo programa, tem 4 mil pessoas desalojadas.

Para chegar até as famílias mais pobres, o desafio será encontrar as que não são contempladas pelo Bolsa Família. A secretaria sabe que três de cada quatro famílias em extrema pobreza são da região metropolitana, com destaque para São Gonçalo e municípios da baixada fluminense, embora o município mais pobre no estado seja São Francisco de Itabapoana, no norte fluminense.

"Estamos transferindo recursos para os municípios fazerem a busca ativa dessas famílias. No Rio, 300 mil famílias, cerca de 6% da população, vivem na linha da pobreza extrema, [com renda] de R$ 100. Para o ano, vamos promover a inclusão de 75% delas", disse o secretário de Assistência Social, Rodrigo Neves. Sob sua coordenação, a meta é saltar de 52 mil pessoas atendidas em quatro municípios em 2011, no projeto piloto, para 250 mil famílias em 2012. O investimento anual será de R$ 250 milhões.

Sem nenhum tipo de recorte racial que leve em conta o fato de a população preta e parda ser maioria entre os extremamente pobres no país, a Assistência Social informa que uma das estratégias de busca ativa é a parceria com lideranças de comunidades tradicionais como os quilombolas. A medida foi sugerida pelo órgão para todos os municípios que participarão do programa.

Além da complementação do Bolsa Família, o Rio sem Miséria inclui um programa voltado para estudantes do ensino médio. Eles serão premiados em dinheiro (entre R$ 700 e R$ 1 mil) quando passarem de ano, mas só poderão sacar o montante na integralidade quando concluírem os três anos da etapa de ensino. Uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também dá direito a um bônus.

O pagamento do benefício do Rio sem Miséria será feito por meio do mesmo cartão do Bolsa Família, que terá novo layout, nas mesmas datas do pagamento do benefício do governo federal.

O programa deve chegar aos demais municípios fluminenses em 2013, quando atenderá 1,3 milhão de pessoas. A exceção será a capital, que já tem um programa próprio de transferência de renda.

Edição: Lana Cristina