Depois de protesto de mais de cinco horas, Dnit se compromete a retomar obras de viaduto

12/01/2012 - 12h40

Da Agência Brasil


Brasília –  Depois de mais de cinco horas de protestos que levaram ao bloqueio da rodovia BR-060, que liga Brasília a Goiânia, dois representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) prometeram hoje (12) aos manifestantes que providenciarão um caminhão-pipa para escoar a água – que se acumulou em uma vala de cerca de 2 metros de profundidade aberta na pista –, além da retomada das obras de construção de um viaduto, paralisadas desde 2008.

Em decorrência desta vala, uma criança de 6 anos morreu no último domingo (8). Indignados, os manifestantes promoveram hoje (12) um protesto no local. Há quatro dias a manifestação é organizada. O bloqueio da pista levou a um imenso engarramento nos dois sentidos.

A moradora de Engenho das Lajes, na área rural do Gama (DF), Antônia Martiniano, 51 anos, disse à Agência Brasil que o protesto é uma reação de luto à morte da criança. “A cratera está entupida e a gente não consegue tirar a água. A gente não quer que as nossas crianças [continuem] caindo lá”, disse.

Os engenheiros Luiz Carlos Magalhães Guerra e Luiz Tamezini, ambos do Dnit, foram ao local para negociar o fim do protesto. Na conversa com os manifestantes, os engenheiros informaram que a obra foi interrompida devido a questionamentos em torno de temas ambientais. Guerra disse que em 90 dias deve ser concluída a obra no local. A operação de drenagem também está prevista para ser encerrada no mesmo período.

Os manifestantes bloquearam a estrada na altura do km 30, ateando fogo em pneus e árvores. Uma espécie de fogueira foi mantida acesa todo o tempo. Os moradores, que participaram do protesto, só suspenderam a manifestação depois da negociação com os representantes do Dnit.

Até quem foi prejudicado pelo protesto devido ao engarrafamento apoiou a manifestação. Foi o caso do mestre de obras Milton Batista dos Santos, 52 anos, que ficou parado por horas na pista. “Apesar de estar esperando todo esse tempo [cerca de quatro horas], esse protesto faz todo o sentido”, disse.  

A dona de casa Maria José, 30 anos, disse que a indignação da população é provocada pelo medo de que mais crianças também se tornem vítimas da pista inacabada. O estudante Johne Vinícius da Silva, de 6 anos, estava de bicicleta no último domingo quando caiu na vala e foi sugado por ela, segundo os pais. A criança foi retirada do local pelo Corpo de Bombeiros, mas não sobreviveu.

 

Edição: Lílian Beraldo//Matéria e títulos alterados para esclarecer informação.